terça-feira, 22 de abril de 2008

VISITA DE RUBEM ALVES A ESCOLA DA PONTE (PORTUGAL)

Esta é uma crônica que fala sobre uma escola muito especial de Portugal - a Escola da Ponte. Rubem Alves descreve maravilhado, aqui e em várias outras crônicas publicadas em seu site, o funcionamento desta escola. Leiam com cuidado e NÃO DEIXEM de comentar o texto clicando no link lááááá no final. Esta é nossa primeira ação/atividade. Boa leitura!

Quando visitei a Escola da Ponte o tema quente era a descoberta do Brasil e tudo o mais que a cercava. As crianças estavam fascinadas com os feitos dos navegadores seus antepassados nessa aventura, mais ousada que a viagem dos astronautas à lua. Imagine agora que algumas crianças tenham ficado curiosas diante do assombro tecnológico que tornou os descobrimentos possíveis, as caravelas. Organizam-se num grupo para estudá-las. Um diretor de escola rigoroso e cumpridor dos seus deveres torceria o nariz. ‘O tema ‘caravelas’ não consta de nenhum programa nem aqui e nem em nenhum outro lugar do mundo’, ele diria. E concluiria: ‘Não constando de nenhum programa não deve ser objeto de estudo. Perda de tempo. Não vai cair no vestibular.’
Acontece que uma caravela é um objeto no qual estão entrelaçadas as mais variadas ciências. As caravelas são um laboratório de física. Parece que a caravela brasileira, construída para comemorar o descobrimento, teve de retornar ao ancoradouro, por perigo de emborcar. Um famoso vaso de guerra sueco, o Wasa, se não me engano do século XVI, virou e afundou depois de navegar por não mais que 400 metros. Retirado do fundo do mar há cerca de 25 anos, ele pode ser visto hoje num museu de Estocolmo. O que havia de errado com o Wasa e a caravela brasileira? O que havia de errado tem, em física, o nome de ‘centro de gravidade’. O centro de gravidade estava no lugar errado. O tal centro de gravidade é o que explica por que os bonequinhos chamados João Teimoso não caem nunca! A regra é: para não emborcar, o centro de gravidade do navio deve estar abaixo da linha do mar. Essa é a razão por que os navios, freqüentemente, têm necessidade de um lastro - um peso que faz com que o centro de gravidade se desloque para mais baixo. Se o centro de gravidade estiver fora do lugar, o navio vira e afunda.
Os estudantes aprendem, em física, como parte do programa abstrato que têm de aprender, uma regra chamada do ‘paralelogramo’ - regra de composição de forças. Duas forças incidindo sobre um ponto, uma delas F1, a outra F2, cada uma numa direção diferente. Para onde se movimenta o objeto sobre o qual incidem? Nem na direção de F1, nem na direção de F2. Diz essa regra que o objeto vai se movimentar numa direção que se determina pela construção de um ‘paralelogramo’. É o que se chama de ‘resultante’. Os alunos aprendem a resolver o problema no papel, mas não sabem para que ele serve na vida. E o aprendido escorre pelos furos do ‘escorredor de macarrão’... Pois é essa regra que explica, teoricamente, o mistério de um barco que navega numa direção contrária à do vento. Se o barco estivesse à mercê do vento ele só navegaria na direção em que o vento sopra, situação essa que tornaria a navegação impossível. Quem se aventuraria a navegar num barco que só navega na direção do vento e não na direção que se deseja? Mas os navegadores descobriram que, com o auxílio de uma outra força, de direção distinta da direção do vento, é possível fazer com que o barco navegue na direção que se deseja. E é essa a função do leme. O leme, pela resistência da água, cria uma outra força que, colocada no ângulo adequado, produz a direção de navegação desejada. Os alunos aprenderiam melhor se, ao invés de gráficos geométricos, eles fossem instruídos na arte da navegação. Da física passamos à história, a influência de Veneza, dominadora do Mediterrâneo com seus barcos, sobre a tecnologia lusitana de construção de caravelas. Da história para a astronomia, a ciência da orientação pelas estrelas. O astrolábio. A bússola. Daí, para esses assombros simbólicos chamados mapas - que só fazem sentido para o navegador se ele conhecer a arte de se orientar, a direção do norte, mesmo quando nada pode ser visto, a não ser o oceano que o cerca por todos os lados. (Olhando para a lua, de noite, você é capaz de dizer a direção do sol?). Dos mapas para a literatura, a Carta de Pero Vaz de Caminha, a poesia de Camões, a poesia de Fernando Pessoa: ‘Ó mar salgado, quando do seu sal são lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos quantas mães choraram, quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador tem de passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, mas nele é que espelhou o céu.’
Aceitemos um fato simples: um programa cumprido, dado pelo professor do princípio ao fim, é só cumprido formalmente. Programa cumprido não é programa aprendido - mesmo que os alunos tenham passado nos exames. Os exames são feitos enquanto a ‘água’ ainda não acabou de se escoar pelo ‘escorredor de macarrão’. Esse é o destino de toda ciência que não é aprendida a partir da experiência: o esquecimento.
Quanto à ciência que se aprende a partir da vida, ela não é esquecida nunca.

A vida é o único programa que merece ser seguido.

Rubem Alves
http://www.rubemalves.com.br/escoladaponte5.htm

Site oficial da escola da ponte:

http://www.eb1-ponte-n1.rcts.pt/html2/portug/bemvindo.htm

121 comentários:

Cristiane Brandão disse...

Rubem Alves é fascinante!
E acredito que todo educador precisa ser assim, pensar na realidade do educando, nas possibilidades de propiciar uma educação dinâmica a fim de que o aluno possa trazer tudo o que aprendeu para a sua vivência e dar significações a todo conteúdo. Para que haja aprendizagem significativa, torna-se necessário essa dialética entre o programa (escolar) e o cotidiano de cada educando. Portanto, não queremos que nossos alunos sejam meros reprodutores de conhecimentos sem sentido algum para eles próprios.

Anônimo disse...

Realmente, Rubem Alves é um exemplo de pessoa que todo educador deve seguir, seus textos são maravilhosos e seus livros são obras raras da literatura brasileira, ja havia lido algo sobre essa escola da ponte em seu livro que recomendo Pinoquio as Avessas, e este texto retrata muito bem como podemos trabalhar interdisciplinarmemte na escola, como podemos tirar proveito de um unico assunto, vários assuntos diferentes. Essa é a criatividade que como educadores precisamos ter e exercer em nosso cotidiano escolar.

ROSE disse...
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ROSE disse...

Rubem Alves, um homem que tem um olhar para futuro vivendo o presente. Leciono há pouco tempo, estou tentando elaborar cada aula como se eu fosse o aluno. Procuro saber um pouco sobre a vida de cada um, para que dessa maneira, possa levar o ensino para o dia-a-dia de cada aluno. Lembrando que o ensino de ciências não é uma ilha, e sim uma gota d'água no oceano que juntamente com outras disciplinas, fazem parte desse oceano de conhecimentos.

Elizabeth Marinho disse...

Rubens Alves consegue trazer para os portais oficiais da educação sua visão interdisciplinar. Sua própria vida demonstra isso. Seus textos são partilhados com a filosofia, com psicologia, com a poesia ... Porque o que ele apresenta é uma proposta de vida que não termina em si mesma. Sempre tem algo de novo a surgir e a experimentar.
A interdisciplinaridade tem sido abraçada por algumas escolas, mas ainda de forma tímida, com uma certa resistência e desconfiança. Seja pelo desconhecimento ou pela "preguiça" alcançada ao longo dos anos de trabalho ou porque já fomos tão fragmentados que só conseguimos enxergar da mesma forma como nos apresentaram nas escolas(cabeça, tronco e membros)esquecendo que somos muito além desses pedaços isolados de nossas próprias vidas.

Maria disse...

Gosto muito de ler Rubem Alves. Que visão de mundo, do ser humano, do educando,da escola... ele nos passa.
Tenho grande admiração por ele. Parabéns Cristina pela escolha do nosso grande educador e do texto também que nos faz refletir sobre a importância da vida, da realidade do aluno no espaço escolar. Como é importante construir uma educação voltada para a cidadania,valorizando os saberes dos educandos e aprendendo com eles também.
Outro item essencial é a interação entre as várias disciplinas, a interdisciplinaridade, uma enriquecendo a outra, fazendo o aluno a refletir de um modo maior, ampliando sua visão de mundo.
Nós,educadores,devemos oferecer aos nossos educandos conteúdos que tenham sentido realmente para a vida deles,tornando-os assim participantes da realiade, da sociedade em que vivem. Devemos também encorajá-los para voar e não aprisioná-los, como disse muito bem Rubem Alves no trecho que deixo abaixo para vocês, colegas, e é maravilhoso:

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas

“Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.

Maria do Carmo Santiago

Vera Studart disse...

O aprendizado é um sucesso quando ocorre uma mudança de comportamento no indivíduo e só se muda quando aprendemos aquilo que tem significado para nós.
O prazer em educar é perceber que os olhinhos dos alunos ainda brilham quando entramos na sala de aula e para isso o diálogo entre nós tem que fazer parte da realidade em que vivemos e servir de certa forma para a vida.

Prof.Cristina disse...
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Prof.Cristina disse...

Trabalhei por 4 anos com turmas do Programa de Aceleração da Aprendizagem, onde a interdisciplinaridade é a chave mestra dos trabalhos. Fui capacitada na ocasião por uma equipe do Centro Tecnológico de Educação de Brasília (CETEB) e fiquei maravilhada. Os alunos transitavam pelos conteúdos e só tomaram consciência deles quando foram acelerados para a 5ª série. Mas encontro muita resistência quanto ao trabalho desta forma nas classes regulares.

Keila Amorim disse...

O texto mostra de maneira concreta e simples como pode e deve ser trabalhada a interdisciplinatidade.
Na maioria das vezes, os conteúdos são trabalhados separadamente. E muitas vezes tornando a prática pedagógica enfadonha tantos para os alunos como para educadores. Muitos educadores sentem dificuldade de colocar em prática a interdisciplinaridade, mesmo reconhecendo a importância dela dentro do processo ensino-aprendizagem.
O texto nos da uma injeção de ânimo, pois demonstra como um assunto que pode não estar dentro do programa, facilmente vira o fio condutor de uma pesquisa dinâmica e proveitosa para os alunos e professores.

maura azevedo braz disse...

Como também diz Rubens Alves..." Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses."Com seus pensamentos mais que presente, nos faz compreender que necessitamos de mudanças.
E que cada um de nós possa ser dinâmico, sábio no tocante de aprender a aprender.
Transformar uma simples "banda" numa grande "orquestra", da trabalho, mas ha recompensas.
Trabalho numa escola onde se interdiciplinaliza desde o maternal ao ensino fundamental. É lento mas gratativo.
Posso garantir que já podemos colher bons frutos.

Cristina disse...

Bom saber que vocês gostaram do Rubem Alves. É mesmo difícil quem não goste. O texto da crônica fala da experiência da Escola da Ponte, uma escola portuguesa que trabalha totalmente por projetos. Os alunos são os grandes atores, idealizadores e os verdadeiros "donos" da escola. Visitando o site (endereço na página do blog), entendemos bem porquê.
Gostaria que vocês falassem deste tipo de escola. Vocês conhecem alguma escola que funcione assim? Fale sobre ela!

Laura Arruda disse...

Antes de comentar o texto, gostaria de dizer que estou me sentindo um verdadeiro peixe fora d'água. Era necessário saber escrever tão bem para fazer esse curso??? Sinto-me constrangida perante a valiosa opinião de meus colegas de curso, mas mesmo assim darei a minha... Embora seja licenciada, envergonho-me em dizer que nunca ouvi falar na Escola da Ponte. Simplesmente fiquei fascinada!!! É exatamente o que sempre pensei ser certo na educação... Tive contato há alguns anos com a Pedagogia Waldorf em Botucatu, SP. Não é exatamente centrada em projetos, mas a essência é a interdisciplinaridade, a significação no dia-a-dia e acima de tudo, a arte. Posso dizer com toda a franqueza que é a escola mais completa que já conheci. É esse tipo de realidade que precisamos construir em nossas rotinas!!!

Fátima Conceição disse...

Olá!
Em primeiro lugar, todos os textos de Rubem Alves são deslumbrantes. Cada vez que tenho a oportunidade de lê-los, aprendo sempre e tento levar os ensinamentos à prática de minha profissão.
Este texto, resumidamente, nos mostrou que podemos trabalhar com diversos assuntos, variados temas, dentro de apenas um objeto de estudo. A "caravela" levou os alunos a navegarem pelos mares da História, Física, Geografia e Literatura de uma forma interessante, integradora e interdisciplinar.
Cabe a nós, professores, encontramos a "caravela" dentro de nossos planejamentos e projetos!

bruno_deleon disse...
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bruno_deleon disse...

Concordo plenamente com o texto de Rubem Alves. O conhecimento deve ser construído diante de experiências práticas tiradas do dia-a-dia dos alunos, o que os torna mais intimamente ligados ao conhecimento adquirido, haja vista que os mesmo podem ser observado no cotidiano.
Acredito que experiências como essas beneficiam ambas as parte, alunos e professores, auxiliando na construção de um vínculo direto entre o objeto de estudo, o aluno e os professores que podem avaliar formativamente o desempenho de seus discentes.

Maria do Carmo Grossi disse...

Maria do Carmo disse:
Que texto maravilhoso! Só podia ser de Rubem Alves.
Este texto tem tudo a ver comigo.Professora de Física, com mais de vinte e sete anos de magistério, procurando coisas diferentes, que falem de Física para cativar os nossos queridos alunos de hoje.
Fiquei encantada com ele.
Valeu Cristiane!
Que escolha feliz para o início do curso.
Abraços
Maria do Carmo Grossi

Carla disse...

olá Cristina!
eu já havia lido o texto sobre a escola da ponte e acho que vc escolheu muito bem o texto para demonstrar a importância da interdisciplinalidade na sala de aula. Trabalho em uma escola de zona rural, que os seus livros que trabalhamos, trabalham com a interdisciplinalidade o tempo todo, e é muito interessante uma matéria ligada com a outra.E é por isso que estou aqui para aprender como lidar melhor com meus alunos e passar para eles algo de novo. Obrigada pela oportunidade.BJS Carla.

Patricia Araújo disse...
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Patricia Araújo disse...

Fiquei apaixonada por esse livro quando li na faculdade! Essa realmente é a escola dos sonhos onde alunos desde cedo “aprende a viver, aprender, a ser, a viver juntos com os outros (Jacques Delors)”.
Durante toda a minha vida estudei as disciplinas isoladas, sempre tirei boas notas, nunca repeti de série, mas se me perguntar o que aprendi, respondo que recordo de pouquíssimas coisas!
Rubem Alves nesse texto afirma que "Programas cumpridos não é programa aprendido, mesmo que passe em exames".
Infelizmente temos muitos profissionais que pensam como esse Diretor, que só se preocupa com os Programas. Fico pensando o quanto nas nossas escolas deve ser difícil trabalhar a interdisciplinaridade, já que como afirma Eloisa Luck no seu livro Interdisciplinaridade Fundamentos Teóricos-metodológicos "Interdisciplinaridade é o processo que envolve integração e engajamento de educadores, num trabalho conjunto, de interação das disciplinas do currículo escolar entre si com a realidade, de modo a superar a fragmentação do ensino, objetivando a formação integral do aluno, a fim de que possam exercer criticamente a cidadania, mediante uma visão global de mundo e serem capazes de enfrentar os problemas complexos, amplos e globais da realidade atual".
Essa é a nossa escola dos sonhos! A partir daí teremos o País dos nossos sonhos! Que é possível ter uma escola como essa, não tenho dúvidas, já vivenciei numa escola algo um pouco parecido era uma escola quase dos sonhos. Vamos que vamos...

Patricia de Araújo Peixoto

Keila Amorim disse...

Sou formada desde 2003, trabalhei apenas em 3 escolas, duas como professora e uma como orientadora. Infelizmente não tive a felicidade de trabalhar num lugar como esse. Penso que esse é o sonho de todo professor comprometido com a educação. Mas confesso que ainda temos muito o que se aprender, pois nossa formação é totalmente contrária daquilo que almejamos. A teoria é linda, perfeita, mas a prática ainda é acorrentada ao tradicionalismo, a educação arcaica, onde os alunos são meros espectadores, receptores de informaçãoes que nem sempre tem sentido algum para eles. Para haver interdisciplinaridade verdadeira, com sentido, os professores têm de falar uma única língua, interagirem, dialogarem, trocar experiências...

Cristina disse...

Segundo Hilton Japiassu, a interdisciplinaridade é algo a ser vivido, enquanto atitude de espírito (JAPIASSU, 1976; 1992). Essa atitude é feita de curiosidade, de abertura, do senso de aventura e descoberta, e exerce um movimento de conhecimento capaz de intuir relações. É, nesse sentido, uma prática individual. Mas também é prática coletiva, onde se expressa como atitude de abertura ao diálogo com outras disciplinas (JAPIASSU, 1976), que reconhece a necessidade de aprender com outras áreas do conhecimento.

Japiassú é um filósofo contemporâneo que tem vários textos interessantes sobre o tema. Você já foi visitar nosso curso na plataforma CEDERJ? Ele também está lá... Dê sua opinião também sobre o que ele diz aqui.

Maria disse...

Caros colegas e Cristina,

Passo para vocês alguma coisa que já li sobre a Escola da Ponte, que é uma escola maravilhosa, onde as crianças são valorizadas, ouvidas, podendo expor seus pontos de vista e fazer deles um caminho para viverem felizes.
As frases escritas na parede da "Escola da Ponte" são frases propostas pelas próprias crianças, frases que dizem o que elas estão vivendo. Aprendem, assim, que a escrita serve para dizer a vida que cada um vive. Elas aprendem palavras inteiras, pois somente palavras inteiras fazem sentido. Elas não aprendem os sons para depois juntar os sons em palavras.
Na "Escola da Ponte" é assim: as crianças que sabem ensinam as crianças que não sabem. Isso não é exceção. É a rotina do dia a dia. A aprendizagem e o ensino são um empreendimento comunitário, uma expressão de solidariedade. Mais que aprender saberes, as crianças estão a aprender valores. A ética perpassa silenciosamente, sem explicações, as relações naquela sala imensa. Qualquer criança que esteja tendo dificuldades em qualquer assunto escreve no quadro o assunto em que está tendo dificuldades e o seu nome. Um outro colega, vendo o pedido, vai ajudá-la. E qualquer criança que se ache em condições de ajudar em algum assunto, coloca ali o assunto em que se julga competente e o seu nome. Assim, vai-se se formando uma rede de relações de ajuda.
Crianças, por exemplo,com síndrome de Down trabalham com outras, numa mesinha. Elas trabalham de forma concentrada. Sua presença é uma presença igual à de todas as demais crianças: alguém que não sabe muitas coisas, que pode aprender muitas coisas. Acima de tudo ela aprende que tem um lugar importante na vida.

Outro procedimento também da Escola da Ponte: as próprias crianças elaboram o texto dos "Direitos e Deveres".
Direitos das crianças quanto à leitura: "Toda criança tem o direito de não ler o livro de que não gosta." Realmente é fascinante esta Escola.
Penso que aqui , no Brasil, muita coisa tem que ser trabalhada para que uma Escola como a da Ponte funcione entre nós.Isto envolve mudanças em muitos setores, muitos interesses e as pessoas têm que estar predispostas a encarar o novo, a sair daquela acomodação e ver além. Mas nada é impossível...
Infelizmente não conheço nenhuma escola que trabalhe assim. Caso algum colega conheça, por favor, conte para nós esta realidade.

Abraços carinhosos a todos,
Maria do Carmo Procaci Santiago

Darlene disse...

Rubem Alves consegue expressar de uma forma muto clara os inúmeros conteúdos que um tema do cotidiano e interesse dos alunos pode trazer para a sala de aula. Nós professores precisamos estar atentos e abertos à interdisciplinaridade para proporcionar prazer e significado às nossas aulas/conteúdos e um efetivo processo de aprendizagem.

Maria disse...

Cristina!

Não estou conseguindo acessar a seção Aula na WEB (clico mas não abre) e não encontrei o texto do Japiassu.Poderia me orientar, por favor?
Abraços,
Maria do Carmo Procaci Santiago

Maria disse...

Cristina!

Desculpe, mas já consegui acessar e encontrei o artigo de Japiassu.
Abraços,
Maria do carmo Procaci Santiago

Liana Pereira Borba dos Santos disse...

Rubem Alves colabora com a reflexão proposta pelo curso na medida em que aponta como chave para a construção de uma educação significativa a prática interdisciplinar, tomada por uma ótica que supera o âmbito das disciplinas, conforme o exemplo dado. Nesse sentido, busca-se promover uma "religação dos saberes" (fazendo uso das palavras de Edgar Morin) linguísticos, lógico-matemáticos e históricos. Estes passaram por um processo de fragmentação iniciado com a modernidade e intensificado pela dita "pós-modernidade". Considero que o texto nos desafia a romper com o paradigma disciplinar, enfatizando, ainda, a necessidade de uma nova consciência, por parte dos educadores, de seu papel social e da relevância de uma formação, por um lado sólida, e de outro, continuada e aberta para as novidades e incertezas trazidas realidade social.

melody disse...

Rubens alves tem a força e a poesia dos grandes navegadores presente em suas palavras. é fascinante tornar o cotidiano e as ações do dia-a dia em conteúdo programático. A vida torna-se mais interessante e a escola mais significativa.

Darlene Maia disse...

Já conhecia algumas referências à escola da Ponte e Rubens alves soube bem retratar uma das experiências vividas por seus alunos.Demoramos um pouco prá compreender que a prática consolida a aprendizagem e que devemos torná-la constante em nossas aulas, dando sentido a tudo aquilo que queremos que nossos alunos aprendam.

Luciana Machado disse...

O texto mostra claramente como é possível dar sentido ao que é ensinado na escola, exemplificando a "interdisciplinaridade em ação". Lendo o trecho fica fácil compreender que aquilo que é experienciado é facilmente absorvido, que aquilo que é vivido e praticado é melhor aprendido, diferentemente dos conteúdos que são tradicionalmente transmitidos em diversas salas de aula, descontextualizados de tudo.

SANDRA LUCIA disse...

Gostei muito do texto , pois ele nos remete às várias situações de nossa prática.
Eu também concordo que precisamos rever a nossa prática e também precisamos ter um olhar diferenciado em relação aos nossos alunos.
Para que isso ocorra, precisamos mudar a nossa visão enquanto educadores e estarmos atentos às mudanças que vem ocorrendo.

Maria disse...

Cristina e colegas!

Concordo com o pensamento de Japiassu quando diz que a atitude de espírito é feita de curiosidade, de abertura, de aventura e descoberta...
Tudo isto é muito importante se queremos mudar, enfrentar desafios, ver de uma outra forma situações que precisam ser modificadas.Questionar sempre. Um saber que não se questiona constitui um obstáculo ao avanço dos saberes, como diz Japiassu. E mais: o espírito interdisciplinar ajuda a refazer as cabeças bem-feitas, quer dizer, mal-feitas( por serem fechadas, modeladas, manipuladas), pois este espírito cultiva o desejo do enriquecimento por enfoques novos e o gosto pela combinação das perspectivas e alimenta a vontade de ultrapassar os caminhos batidos e os saberes adquiridos.Japiassu diz que há necessidade de psicanalisar os educadores a fim de que possam ser agentes que despertem, provoquem, questionem e se questionem e não se reduzam ao papel de disciplinadores intelectuais. O professor que não cresce, não estuda, não se questiona e não pesquisa deveria ter a dignidade de aposentar-se: já é portador de uma paralisia intelectual.Realmente é uma verdade. Estudar e aperfeiçoar sempre,estar aberto às mudanças, acompanhar as inovações, tudo isto deve fazer parte de nossa atitude de espírito.

Abraços,
Maria do carmo Procaci Santiago

cristiane costa disse...
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cristiane costa disse...

O texto é muito bom. Nele Rubem Alves nos mostra a importância de valorizarmos um eixo significativo ao transmitir conhecimentos para nossos alunos.Tal procedimento se torna vital quando queremos formar cidadãos críticos,construindo e não apenas reproduzindo conhecimentos sem significado para eles.

Cristina disse...

É isso Maria do Carmo, "O professor que não cresce, não estuda, não se questiona e não pesquisa deveria ter a dignidade de aposentar-se: já é portador de uma paralisia intelectual." (Japiassu, 2007) Acho que a nossa presença aqui já é um diferencial. Estamos no grupo que quer e sabe que precisa mudar. Fácil, claro que não! Se fosse tudo já seria diferente!! Nenhum professor, nem aquele que está para se aposentar, nem aquele que acabou de se formar e já entrou nessa roda viva, nem aquele que tem 50 horas de aulas semanais ou 800 alunos (isso eu já tive!), está satisfeito... Podemos continuar culpando os alunos? São preguiçosos, descansados, desmotivados, indisciplinados... São assim também em casa? Com os amigos? Na internet? Se todas as crianças e adolescentes fossem assim sempre, o mundo seria muito chato, não acham?

Qual é o caminho? E na escola? Na sua realidade escolar?

Maria disse...

Cristina!
Há caminhos e mais caminhos e cabe a cada professor procurar o melhor caminho para conduzir,para mediar seus alunos,a partir da realidade deles e aproveitando sempre as habilidades e os saberes que eles levam para a sala de aula. Dialogar sempre e tratar os alunos com carinho,porque o afeto é fator primordial em qualquer relação. O professor deve estar sempre atualizado e apresentar sempre aos alunos as novidades e discutir com eles seus pontos de vista. Trabalho muito com projetos, tentando desenvolver bastante a Leitura e a Escrita. No momento estamos participando das Olimpíadas de Língua Portuguesa. O tema é "O Lugar em que vivo", que será apresentado através de um poema. Os alunos já pesquisaram poemas, leram em sala de aula, ilustraram e, hoje, montaram um Mural que ficou uma graça, muito criativo.Momentos felizes, de produção, de cooperação, de sentirem capazes e serem valorizados. Estão caminhando e os caminhos estão sempre se renovando, se enriquecendo, abrindo novos caminhos para dias melhores.
Caminhando também no sentido de refazer o trajeto sempre que preciso for, de ter coragem de alterar a rota quantas vezes for necessário, fazendo de cada tropeço um aprendizado. É assim que a gente faz o próprio caminho. E converso muito com meus alunos sobre isto.

Abraços,
Maria do Carmo Procaci Santiago

Keila Amorim disse...

Em seu texto Hilton Japiassu, afirma o que eu já pensava: a interdisciplinaridade só acontece quando os parceiros interagem num mesmo processo. "(...)considero impossível conhecer as partes se não conheço o todo e se não conheço particularmente as partes".
A interdisciplinaridade é um processo difícil porque cabe a cada parte integrante um comprometimento, sem o qual nada acontece. Daí a importância da especialização do professor, o espírito de investigação de manter-se motivado não pelo salário que se tem, mas sim pelo amor a educação.
É muito comum na minha escola achar que os alunos não querem estudar porque são preguiçosos ou bagunceiros. Esse é o discurso que corre pelos corredores da escola, e realmente é muito mais fácil culpar nossos alunos do que repensar nossa prática. Penso que é uma pergunta que cada um tem que fazer a si mesmo: será que minha aula é atraente o suficiente para meu aluno querer estar aqui? Será que minhas propostas de atividades são desafiadoras ou apenas exercícios meramentes reprodutivos?
Na era cibernética que estamos vivendo, muitas vezes nossos alunos parendem muito mais na frente do computador e sozinhos do que na escola na frente de um professor com a mente "solidificada".

ROSA MARIA ARAGAO disse...

A DIDATICA ESCOLAR,E ALGO QUE AMPLIA OS HORIZONTES DE NOSSOS EDUCANDOS,E TRAS NOVOS PRISMAS,,PROPICIANDO ASSIM UMA AMPLA VISAO.
COMO MOSTRA NESTE TEXTO DE RUBEM ALVES,O ENSINO TEM DE SER ENTENDIDO,COMPREENDIDO E TER SENTIDO.

Unknown disse...

Gostaria de parabenizar a Cristina pelo excelente texto de abertura.
Fiquei maravilhado com o texto de Rubem Alves. Ele consegue tocar no fundo de nossos sentimentos, valores e expectativas. Nos leva a querermos dar o melhor de nós mesmos.
Através da leitura, percebemos que a educação em nosso país está muito distante do que almejamos. Gostaria de começar questionando os diversos cursos de formação de professores (licenciaturas) em seus diversos níveis espalhados por esse Brasil. Com raríssimas excessões, não preparam os profissionais para que possam ser ativos no processo de construção de uma escola ideal. A prática dialógica é fundamental para levar os alunos a depreenderem acerca de determinada questão. A interdisciplinaridade é fascinante porque, dependendo da forma como é aplicada, leva o aluno a múltiplas associações e construções reais. Estou aqui para ampliar minha visão de mundo e entender como posso fazer isso tanto em um macroambiente (sociedade, comunidade escolar, etc.), quanto em um microambiente (relação direta aluno-professor).

Cristina disse...

Vamos todos nos dar esta oportunidade então, Carlos. Ampliemos nossa visão de mundo!A Keila, numa de suas contribuições ao nosso debate, afirmou que "A interdisciplinaridade é um processo difícil porque cabe a cada parte integrante um comprometimento, sem o qual nada acontece." Todo mundo concorda?

Marcos Paulo disse...

O texto bem descrito por Rubem Alves demonstra na prática, o que ainda não vivenciamos no Brasil. O autor demonstra que é possível mesmo estando de mãos atadas pelas inúmeras desmotivações pelas quais nosso país enfrenta na educação, a Interdisciplinaridade torna-se uma ferramenta indispensável para o ato de transmitir conhecimento de forma prazerosa. Cativar o aluno de forma humanitária e levar para a sala de aula assuntos e realidades em que estes “sobrevivem” é uma das formas que podemos utilizar para educarmos esta geração que se encontra influenciada pela mídia e sem perspectiva reais de vida. Educar não é profissão, é ter dom!

Marcos Paulo disse...
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Maria do Carmo Grossi disse...

Maria do Carmo Grossi disse:
Concordo com o que diz Japiassu sobre "as cabeças bem feitas" que existem no magistério hoje em dia principalmente aqueles que estão iniciando.Já iniciam "cansados" de tudo,não se sujeitam as mudanças que aparecem na educação.Trabalhar interdisciplinarmente é algo muito difícil para muitos deles.
Ainda bem que sou uma aposentada com a cabeça inacabada,querendo que o espírito interdisciplinar promova o acabamento.Para que isto ocorra procuro participar de capacitações nas mais diversas áreas.Sou professora de Física aposentada e ainda na ativa da rede pública de Minas Gerais.
O ensino de Física hoje em dia só acontece se for feito de forma contextualizada e interdisciplinar.
Abraços.
Maria do Carmo de A. J. Grossi

Rita Pinheiro disse...

Conheço Rubem Alves há muito tempo...
Ele escreveu algo relacionado a importância do desejo para criar, para aprender, num texto onde alguém criava uma máquina de colher pitangas, a criação era derivada da vontade de colhê-las; como li faz muito tempo, o que ficou para mim foi a importância da motivação para se criar e para se aprender.
Neste texto sobre a interdisciplinaridade o que fica é a importância do respeito ao desejo do aluno; pelo que percebi, na escola da ponte o programa existe, mas é cumprido levando-se em conta primordialmente a MOTIVAÇÃO do educando. O professor é o guia que auxilia na iluminação de determinadas curvas , ou lugares mais obscuros na estrada da aprendizagem, estrada essa que possui diversos desvios que nos levam, professor e aluno a descobrir paisagens maravilhosas que não sonhávamos existir, e essas paisagens escondidas que juntos desvendamos,quando vistas do alto formam um só quadro,que agora podemos compreender porque conhecemos cada trilha que o forma, tivemos coragem para explorar o desconhecido e esse foi o nosso prêmio.

Unknown disse...

Bastante interessante o texto, o processo de ensino-aprendizagem não apenas se detêm nos conteúdos, propostos por cada disciplina e sim por sua integração, com outras, fazer com que os estudantes percebam que fazem parte do meio em que vive, e que são transformadores deste meio,a importância de se ter uma visão global de todos os processos que nos cercam. Com certeza nos fornece uma efetiva participação da comunidade escolar como um todo.

Amadeu Marques disse...

Muitos professores, por incrível que pareça, ainda utilizam o mesmo e velho caderninho amarelado pelo tempo com o conteúdo a ser lecionado. A preocupação maior é se o tempo vai dar ou não para ministrar tudo. Parece pouco importar se o aprendiz compreendeu ou não tal conhecimento. Normalmente a aprendizagem está dissociada da realidade do aluno o que dificulta ou o que geralmente acontece, impede a aprendizagem. Por outro lado, encontramos professores que na ânsia de trabalhar a interdisciplinaridade, acabam por desinformar, não contribuindo para a aprendizagem do docente. A interdisciplinaridade depende muito dos professores se verem realmente como um grupo produzindo projetos que envolvam a todos. Mas na maioria das vezes encontramos professores reclamando do “fardo” de mais um projeto.

Mirian Fernandes disse...

Os textos me levaram a associações com a leitura abaixo, que também valoriza a interdisciplinaridade.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 8.ed.São Paulo: Cortez, 2003.

1- O primeiro saber: “As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão”.
Morin afirma que todo conhecimento comporta o risco do erro e da ilusão. Exemplifica citando a possibilidade de erros de percepção, erro intelectual, erro na subjetividade do conhecedor, de sua visão de mundo e de seus princípios de conhecimento e erros de concepção e de idéias. Acrescenta que a afetividade pode asfixiar ou fortalecer o conhecimento. Acredita que a educação deve dedicar-se à identificação da origem de erros, ilusões e cegueiras. Para ele, as idéias e teorias devem ser relativizadas e domesticadas e devemos buscar o conhecimento inesperado. Conclui demonstrando a importância da incerteza do conhecimento para a compreensão de sua complexidade e de criar-se teorias abertas, racionais, críticas, reflexivas, auto-críticas e com possibilidades de se auto-reformularem.

2- O segundo saber: “Os princípios do conhecimento pertinente”
Para conhecer o mundo é preciso articular e organizar as informações e compreender o contexto, o global (relação todo/partes), o multidimensional e o complexo. A educação, ao buscar conhecimento pertinente, deve questionar a fragmentação dos conhecimentos e centrar-se na contextualização e integração dos saberes, em realidades ou problemas multidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais e planetários. Segundo Morin, é preciso ensinar os métodos que permitem estabelecer as relações mútuas e as influências recíprocas entre as partes e o todo em um mundo complexo.

3- O terceiro saber: “Ensinar a condição humana”
A educação deve enfocar a unidade complexa da natureza humana: física, biológica, psíquica,cultural, social, histórica. Segundo Morin, “ todo desenvolvimento verdadeiramente humano significa o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e do sentimento de pertencer à espécie humana.” A educação deve trabalhar com a unidade e a diversidade humana.



4- O quarto saber: Ensinar a identidade terrena
Morin enfatiza que a educação precisa ensinar a ética da compreensão planetária e desenvolver a cidadania terrestre. È preciso desenvolver as consciências antropológica, ecológica, cívica terrena e espiritual da condição humana.

5- O quinto saber: enfrentar as incertezas
A educação precisa ensinar também as incertezas das ciências. Para Morin, deve-se enfrentar as incertezas cérebro-mental, lógica, racional e psicológica. É necessário esperar o inesperado e trabalhar pelo improvável.

6- O sexto saber: ensinar a compreensão
Apesar da evolução das comunicações, o mundo ainda precisa muito do desenvolvimento da compreensão humana. Para Morin, “a educação tem como missão ensinar a compreensão entre as pessoas como condição da solidariedade intelectual e moral da humanidade.” Para compreender o outro é necessário ter a consciência da complexidade humana.

7- O sétimo saber: a ética do gênero humano
Envolve a consciência de que o humano inclui simultaneamente o ser como indivíduo, como parte da sociedade e como parte da espécie. Morin acredita que a humanidade tem um destino planetário e que é preciso estabelecer uma relação de controle mútuo entre a sociedade e os indivíduos pela democracia. A educação pode contribuir para isso desenvolvendo a consciência de cidadania planetária.

Abraços,


Mirian N. C. Fernandes
Pólo: Maracanã

maura azevedo braz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Elaine Cruz disse...

Olá, Cristina!
Realmente a Escola da Ponte é maravilhosa e encantadora!!! O corpo da criança é respeitado..."O corpo é a origem de todo conhecimento e meio de relação e comunicação com o mundo exterior" - Ajuriaguerra
O aluno e o educador aprendem e brincam interagindo o tempo todo! A interdisciplinaridade é assim, precisa despertar o interesse da criança, o que geralmente não ocorre com as atividades escolares estáticas, que são muitas vezes propostas de forma complicada, repetitiva e sem sentido, provocando o desinteresse que pode culminar na não-aprendizagem.
Estou feliz por participar dessa interação e parabenizo a Equipe pelo excelente trabalho.
Elaine Cruz
Pólo Caxias

maura azevedo braz disse...

É muito mais fácil colocar a culpa nos outros, como é difícil admitir nossos próprios erros.
Keila cita (...) “A interdisciplinaridade é um processo difícil porque cabe a cada parte integrante um comprometimento, sem o qual nada acontece."
Toda mudança é difícil, creio que todos concordam. O grande vilão da história está no comodismo, do cansaço e até muitas ( a maioria) vezes a preguiça. Mas como alguém também já disse... "sacode a poeira e dá a volta por cima".
Em 1999, acordei de um sono meio que profundo... comecei a estudar de novo,procurei me capacitar em algumas áreas, fiz faculdade, pós-graduação e hoje estou aqui querendo mais e mais.

Anônimo disse...

Vivemos em um período de transição,quando as nossas representações sociais(imagens do que entendemos como mundo) são confrontadas com a realidade. Nosso grupo sonha com a Escola da Ponte,o nosso aluno com a escola da Malhação. E a visão dos alunos, é partilhada por muitos professores,pais,gestores,...
As representações sociais diferenciadas do quê é "A Escola", dificultam tanto a implementação como a democratização do uso dos projetos nas escolas.

Patrícia Raposo disse...

Todo o texto é realmente maravilhoso, mas eu amei o final, pois é uma verdade que programa cumprido não é programa aprendido.
Nós enquanto educadores devemos preparar nossos alunos para a vida e com a vida, não podemos deixar que ele se sinta satisfeito somente com um 10, mas que vibre também com o aprendizado adquirido o qual deverá acompanhá-lo por toda sua vida.

Maria do Carmo Grossi disse...

maria do carmo grossi disse:
Cristina,
Concordo plenamente com a Keila.
A interdisciplinaridade é difícil, pois exige dos educadores o abandono do comodismo do dia-a dia.Exige estudo constante e comprometimento com a aprendizagem do aluno.
Abraços
Maria do Carmo de A. J. Grossi

Profª Edna Melo disse...

Gostei muito do texto, pois mostra de maneira clara como trabalhar interdisciplinaridade. Para o aluno fica muito mais fácil e prazeroso de absorver o conteúdo quando podemos utilizar o que aprendemos em sala de aula.Mas também concordo que a interdisciplinaridade não é tarefa fácil e por isso devemos sempre estar abertos a novos conhecimento.

Unknown disse...

Caros colegas e Cristina!
Recebi este texto de um outro curso que estou fazendo e lembrei de todos vocês. Vale a pena a leitura.
Bjs,
Maria do Carmo Procaci Santiago


Ensinar a Alegria

Rubem Alves

Muito se tem falado sobre o sofrimento dos professores. Eu que ando sempre na direção oposta e acredito que a verdade se encontra no avesso das coisas, quero falar sobre o contrário: a alegria de ser professor, pois, o sofrimento de ser um professor é semelhante ao sofrimento das dores de parto: a mãe o aceita e logo dele se esquece, pela alegria de dar à luz um filho.
Reli, faz poucos dias, o livro de Hermann Hesse, O jogo das contas de vidro. Bem ao final, à guisa de conclusão e resumo da estória, está este poeminha de Ruckert:

Nossos dias são preciosos mas com alegria os vemos passando
se no seu lugar encontramos uma coisa mais preciosa crescendo: uma planta rara e exótica, deleite de um coração jardineiro, uma criança que estamos ensinando, um livrinho que estamos escrevendo.

Este poema fala de uma estranha alegria, a alegria que se tem diante da coisa triste que é ver os preciosos dias passando... A alegria está no jardim que se planta, na criança que se ensina, no livrinho que se escreve. Senti que eu mesmo poderia ter escrito essas palavras, pois sou jardineiro, sou professor e escrevo livrinhos. Imagino que o poeta jamais pensaria em se aposentar. Pois quem deseja se aposentar daquilo que lhes traz alegria? Da alegria não se aposenta... Algumas páginas antes o herói da estória havia declarado que, ao final de sua longa caminhada pelas coisas mais altas do espírito, dentre as quais se destacava a familiaridade com a sublime beleza da música e da literatura, descobria que ensinar era algo que lhe dava prazer igual, e que o prazer era tanto maior quanto mais jovens e mais livres das deformações da deseducação fossem os estudantes.

Ao ler o texto de Hesse tive a impressão de que ele estava simplesmente repetindo um tema que se encontra em Nietzsche. O que é bem provável. Fui procurar e encontrei o lugar onde o filósofo (escrevo esta palavra com um pedido de perdão aos filósofos acadêmicos, que nunca o considerariam como tal, porque ele é poeta demais, "tolo" demais...) diz que "a felicidade mais alta é a felicidade da razão, que encontra sua expressão suprema na obra do artista. Pois que coisa mais deliciosa haverá que tornar sensível a beleza? Mas esta felicidade suprema", ele acrescenta, é ultrapassada na felicidade de gerar um filho ou de educar uma pessoa".

Passei então ao prólogo de Zaratustra.

Quando Zaratustra tinha 30 anos de idade deixou a sua casa e o lago de sua casa e subiu para a montanha. Ali ele gozou do seu espírito e da sua solidão, e por dez anos não se cansou. Mas, por fim, uma mudança veio ao seu coração e, numa manhã, levantou-se de madrugada, colocou-se diante do sol, e assim lhe falou: Tu, grande estrela, que seria de tua felicidade se não houvesse aqueles para quem brilhar? Por dez anos tu vieste à minha caverna: tu te terias cansado de tua luz e de tua jornada, se eu, minha águia e minha serpente não estivéssemos à tua espera. Mas a cada manhã te esperávamos e tomávamos de ti o teu transbordamento, e te bendizíamos por isso.
Eis que estou cansado na minha sabedoria, como uma abelha que ajuntou muito mel;; tenho necessidade de mãos estendidas que a recebam. Mas, para isso, eu tenho de descer às profundezas, como tu o fazes na noite e mergulhar no mar... Como tu, eu também, devo descer...
Abençoa, pois a taça que deseja esvaziar-se de novo...

Assim se inicia a saga de Zaratustra, com uma meditação sobre a felicidade. A felicidade começa na solidão: uma taça que se deixa encher com a alegria que transborda do sol. Mas vem o tempo quando a taça se enche. Ela não mais pode conter aquilo que recebe. Deseja transbordar. Acontece assim com a abelha que não mais consegue segurar em si o mel que ajuntou;; acontece com o seio, túrgido de leite, que precisa da boca da criança que o esvazie. A felicidade solitária é dolorosa Zaratustra percebe então que sua alma passa por uma metamorfose. Chegou a hora de uma alegria maior: a de compartilhar com os homens a felicidade que nele mora. Seus olhos procuram mãos estendidas que possam receber a sua riqueza. Zaratustra, o sábio, transforma-se em mestre. Pois ser mestre é isso: ensinar a felicidade.

"Ah!", retrucarão os professores, "a felicidade não é a disciplina que ensino. Ensino ciências, ensino literatura, ensino matemática... " Mas será que vocês não percebem que essas coisas que se chamam "disciplina" , e que vocês ensinam não é um deleite para a alma? Se não fosse, vocês não deveriam ensinar. E se é, então é preciso que aqueles que recebem, os seus alunos, sintam prazer igual ao que vocês sentem. Se isso não acontecer, vocês terão fracassado, na sua missão, como a cozinheira que queria oferecer prazer, mas a comida saiu salgada e queimada.

O mestre nasce da exuberância da felicidade. E, por isso mesmo, quando perguntado sobre a sua profissão, os professores deveriam ter coragem para dar a absurda resposta: "Sou um pastor da alegria..." Mas, é claro, somente os seus alunos poderão atestar da verdade da sua declaração...

Isis Camardella disse...

Através do texto, podemos refletir o quanto o professor pode tirar proveito de uma idéia ou curiosidade do seu aluno. De forma contextualizada e interdisciplinar podemos atingir o nosso alunado em várias potencialidades e, assim, ensinar, aprender e trocar através de uma aula enriquecedora e atraente.

Maria disse...

Colegas e Cristina!
Desculpem , mas enviei a mensagem em nome de um de meus filhos, Leonardo. Esqueci de mudar a conta.

Bjs,
Maria do Carmo Procaci Santiago

Cristina disse...

Fico muito feliz com a participação de todos. O próximo texto traz uma reflexão interessante para aqueles que consideram necessária a participação de vários colegas de diferentes disciplinas para a realização de um projeto interdisciplinar. Leia com atenção e acho que vai ajudar um pouquinho a desenvolver a atividade proposta no Grupo de Discussão! Não deixem de enviar sua contribuição ao Grupo (pelo Yahoo) e de continuar comentando os textos aqui!!

Patrícia Estaky disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patrícia Estaky disse...

Amo Rubem Alves... Simplesmente acredito que aprender não acontece simplesmente quando o professor segue o programa estabelecido no início do ano, ou mesmo no início da aula. Aprender envolve mudança de comportamente, busca pela informação, associação com idéias anteriores e visão crítica. Além disso, ninguém aprende da mesma forma, então por que ensinar da mesma forma? Não faz sentido quando se pretende realmente ensinar.

Vera Lucia C. Gomes disse...

Este texto me remete não só à interdisciplinaridade, como também a contextualização. Estive lendo na revista Nova Escola (jun/jul-2008) uma matéria sobre festas e datas comemorativas, e ao me deparar com o texto de Rubens Alves, tal reportagem me veio à memória. A abordagem de temas sem significado ou não incluso no planejamento atrapalha muito o processo de ensino-aprendizagem. O mesmo ocorre quando ignoramos um assunto pelo qual os estudantes demonstram interesse, e ainda que não tenha sido planejado, pode ser inserido e utilizado para atingir o objetivo traçado anteriormente e, principalmente no caso do professor das séries iniciais, abordado em diversas disciplinas.

maura azevedo braz disse...

Neste ultimo texto diz que podemos trabalhar interdisciplinaridade sozinha ou até mesmo em dupla. Com certeza sim, pois numa escola muitas vezes encontramos barreiras de antigos professores que já deveriam ter pedido sua demissão, mas que estão ali só para criticar, ironizar aquele que quer fazer o diferente.
Trabalhar como professor me parece que virou falta de opção de alguns profissionais. Onde está o prazer de ensinar e aprender.
Trabalho com o método sócio-interacionista, que vê o aluno como parte atuante do seu processo de aprendizagem, pois estimula à observação, reflexão, pesquisa, investigação, questionamento e a tirar suas próprias conclusões. Mas mesclamos com a linha tradicional, naquilo que diz respeito às normas, uma vez que visamos à preparação para a vida desenvolvendo uma consciência crítica social para a formação da cidadania.
Como tenho aprendido com meus alunos.
Sou casada mãe de três filhos, dois adolescentes e um com apenas três anos, este tem me mostrado coisas que já tinha me esquecido, veio para renovar minhas forças, brigar para que ele tenha um aprendizado diversificado, multiplicado e dividido.

Unknown disse...

Rubem Alves é um autor que nos permite ter uma visão crítica, acreditando que é possivel alcançar uma educação de qualidade, revendo nossas praticas como educadores.
No livro "Escola da Ponte" Rubem Alves nos mostra que é possivel sonhar.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vera Studart disse...

Olá! Sou Vera Studart, professora da Rede Estadual, Particular e tutora do Cederj de Angra dos Reis. Me desculpe por ter feito o comentário sem me identificar!
Abraços a todos!

Marcia Cristina disse...

Rubem Alves, apresenta a idéia de que os conteúdos devem ser significativos para nossos alunos, a interdisciplinaridade e um meio de aquisição de conhecimento a partir do real, ou seja, a aprendizagem será significativa se a mesma envolver o educando, faça parte de sua realidade e para isso basta que o professor seja criativo suficiente, que seus procedimentos didáticos e metodológicos não passe pelo egoísmo profissional, o professor precisa compartilhar idéias com os seus alunos e seus colegas de profissão, assim o mesmo garantirá uma educação significativa para o seu alunado, e seu papel como educador se efetivará.

Cristina disse...

Não deixem de ler e comentar o novo texto do blog!!!
Muito obrigada a todos pela participação... Vamos continuar as discussões através do Grupo de Discussão. Se alguém não recebeu o convite, por favor escreva para cursointerdisciplinaridade@yahoo.com.br.
Um grande abraço.

Español.es disse...

Gostei muito desse texto de Rubem Alves...ele nos mostra que é possível sim trabalhar a interdisciplinaridade. Inclusive, é algo prazeroso, pois saimos da mesmice dos livros... Sou professora de Espanhol em colégio estadual e sempre desenvolvemos em nossa escola um projeto para que todas as disciplinas se envolvam...Isso é muito importante não sópara os alunos como também para os professores, que às vezes se deixa levar pelo "sistema" sem se preocupar em se "auto-desenvolver" .

Anônimo disse...

Nossa! que texto incrivel! concordo com ele, quando o professor diz: "-caravelas?! mas isso não cai no vestibular!". Isso acontece muito. estamos sempre presos com o VESTIBULAR. Alguns topicos de algumas materias são deixados para trás, por não serem pedidos em concursos. topicos que até trariam mais conhecimento ao aluno, devenvolveria habilidades, mas deixados de lado ou pincelados porque não cai no vestibular...

Djanira disse...

O que Rubem Alves diz vem de encontro aos três exemplos dados na resportagem anterior e se resume: a interdisciplinaridade possibilita meios eficazes de uma construção sólida e eficaz de aprendizagem porque além de se utlizar da contextualização traduz um significado ao aprendizado.
Rubem Alves é um educador preocupado com a educação significativa e verdadeira. Pelo seu texto se percebe tal preocupação, assim como com a sua valorização. É possível entender o quanto ele anseia por uma educação onde os alunos sejam construtores de seu conhecimento a partir de uma aprendizagem significativa. O que é possível através da interdisciplinaridade e da contextualização.

Celia Loureiro. disse...

Olá pessoal!! esta é a minha primeira participação, pois confesso que apanhei um pouco antes de entender como deveria enviar meu comentário.
A interdisciplinaridade é um grande desafio na nossa prática pedagógica!! Mas quando leio colocações tão brilhante quanto esta de Rubem Alves, meu coração se enche de alegria e esperança. Precisamos sair da teoria acadêmica, e partimos para a prática, que é desafiadora, mas não é impossível!!! Concordo quando o autor afirma que o destino de toda ciência que não é aprendida a partir da experiência ela é esguecida. Talvez seja por isso que nos deparamos com tanta frustração, tanto por parte do aluno quanto do professor,ao término de cada bimestre. Se os alunos não conseguem perceber o conteúdo proposto na sua vivência familiar e social, nas sua práticas do cotidiano como poderá associar a importância e a utilidade do mesmo(ponto de interrogação, pois nao estou conseguindo inceri-lo devidamente.) Muias vezes nas nossas escolas fazemos o PPP sem ao menos conhecermos nossos alunos, sua realidade, seu projeto acadêmico ao longo daquele ano, suas experiências de vida!!!
Realmente a vida é o único programa que merece ser seguido! os demais podem ser adaptados, reinventados!!!
Meu desejo é que através destas reflexões tão proveitosas, tão positivas, possamos partir para uma prática transformadora. Que ocorra transformação acima de tudo da nossa visão pedagógica, do nosso olhar enquanto indivíduos de tal forma que contagiemos nossos colegas de trabalho (professores e funcionários, pois a ação precisa ser coletiva e mobilizadora)e nossos alunos, de tal maneira que eles sejão capazes de exercerem sua cidadania com consciência e dignidade, atuando como agentes de transformação.

Cristina disse...

Oi Célia,
Valeu o esforço! Que bom termos gente que se preocupa com as mudanças tão necessárias a prática docente... Somos um grupo privilegiado pela heterogeneidade e, ao mesmo tempo pelo inconformismo!

Unknown disse...

Rubem Alves é um exemplo de educador que os professores devem almejar seguir. É impressionante como ele consegue enxergar através do tempo...
Realmente trabalhar o cotidiano do aluno eleva o interesse em relação ao aprendizado.
Devemos ter essa preocupação.

Unknown disse...

Professora, me desculpe pelo atraso na publicação deste primeiro comentário. Estive um tempo sem internet.

Gostei muito da escolha do texto de Rubem Alves, e estou plenamente de acordo com a idéia do autor de que as experiências precisam ser vivenciadas para que a aprendizagem seja significativa. Talvez uma das maiores falhas do nosso sistema de ensino seja a prática docente tradicional, que confronta com todas as atuais teorias pedagógicas. A sala de aula precisa ser um universo dinâmico que possa propiciar o desenvolvimento da maior quantidade possível de elementos facilitadores da aprendizagem, e nesta perspectiva a interdisciplinaridade torna-se fundamental.

Unknown disse...

Rubem Alves nos faz refletir profundamente quando nos declara com grandes palavras a maravilha que podemos fazer para ensinar algo com tanta riqueza. Escola, professores e alunos podem ir além do que imaginam. Trabalhar em equipe e com determinação é ter a certeza de conquistar benefícios não só a nós mesmos, mas a outros. E não somente em nossa disciplina, mas também as demais que são tão importantes quanto. Trabalhar em conjunto se torna mais fácil e satisfatório à aprendizagem do aluno conforme podemos verificar no texto. Nós educadores podemos trabalhar em busca de facilitar e oferecer o melhor!

Juliana Prata disse...

Adorei o texto de Rubem Alves e inspirado nele passei para os professores de minha escola o DVD O Saber e o Sabor, onde vários educadores, entre eles Rubem Alves, tecem comentários sobre o que é ser professor, o que ensinar e sobre o futuro. Realmente muito bom.
Infelizmente as escolas que eu trabalho ainda não contemplam essa proposta da escola da Ponte. Contudo, venho me debruçando sobre o tema interdisciplinaridade desde a faculdade e algumas ações estou conseguindo realizar dentro da escola em que trabalho como coordenadora pedagógica.É sem dúvida um trabalho árduo de pesquisa e "convencimento" dos professores e às vezes de mim mesma, mas tenho certeza que conceitos como educação global, inter, trans, pluridisciplinaridade, organização por projetos de trabalho, centros de interesse e projetos de ações interdisciplinares, abarcam mais plenamente a complexidade da contemporaneidade, haja vista que até as questões econômicas, políticas e das comunicações já estão buscando esta saída, não exatamente com essa nomenclatura, mas com os conceitos de internacionalização e globalização. Claro que dentro dessas ideologias nasce muita desigualdade social, mas a idéia de integração e busca coletiva para a resolução de problemas, deve ser intensamente perseguida pela escola de hoje, em minha opinão.
Juliana Prata

maura azevedo braz disse...

As tirinhas da mafalda são demais !
Sabemos que muitos professores passam os conteudos por passar, não estão nem ai para saber se alguem entendeu. Minha filha estuda numa escola estatual e esta com algumas dificuldades em filosofia, simplesmente seu professor relatou a ela :corre atrás,por que a recuperação é agora.Como recuperar algo que não se entende?recuperação pararela!isto não existe, e não deveria existir.

Rosaria de Fatima disse...

Rosaria Fatima F. Silva

Para que a aprendizagem ocorra, é preciso que o aluno passe do abstrato ao concreto. É necessário que professor e escola tenham consciência que só cumprir um programa, um planejamento não garante que os nossos alunados alcançaram um aprendizado. Precisamos sim, partir de pesquisas, colocar projetos em prática, organizar debates, só assim conseguiremos uma educação diferenciada.
A escola que não permite inovações acaba caindo na mesmice ou até mesmo naufragando. Ela acaba perdendo grandes oportunidades de ver seus alunos crescerem, de desabrocharem no decorrer e ao final do ano letivo.

Bárbara Sodré disse...

Gostei muito do texto. Mostra a importancia do trabalho interdisciplinar.
Gostei do comentario final sobre o que é aprendido utilizando exemplos da vida, nunca é esquecido.
A interdisciplinaridade é uma ferramenta poderosa para o professor utilizar como estratégia para apreender a atenção dos alunos.

Aline de Oliveira Elias disse...

Infelizmente hoje muitos educadores vem se limitando em ensinar os conteúdos que irão cair no vestibular, onde o educando decora o conteúdo faz o vestibular e posteriormente esquece tudo.
Nesse texto observamos que com um tema simples, como as caravelas, podemos torná-los enriquecedores trazendo para a realidade dos educandos exemplos que eles não esquecerão.

Maria disse...

Caros colegas e Cristina!
Adorei os quadrinhos da Mafalda! Ótimos! Bem escolhidos.
Breve comentário sobre o último da Mafalda com a Susanita. Passou para mim a falta da interação, do trabalho em equipe,da troca entre os colegas.
Susanita se sentia gente demaisfrente aos outros que não queriam nada... E isto acontece muito nas escolas entre os professores. E a interdisciplinaridade, que tanto falamos lemos e tentamos colcar em prática, onde está? Como fica com este trabalho desintegrado entre os colegas? Não podemos nos isolar e achar que nosso trabalho está pronto, sem ao menos dar voz ao nosso colega, achando que este caminho é muito complicado, ou que não vai valer a pena. Quanto mais idéias, mais cultura teremos e nosso alunos também. A criatividade
será melhor, o conteúdo mais rico e as discussões mais altas.
Tento fazer isto em minha escola, mesmo que seja com mais um colega e depois vou ampliando a participação, a interação. Mas já é um progresso.
Bjs para todos,
Maria do Carmo Procaci

Patrícia Raposo disse...

Trabalhar de forma interdisciplinar é muito importante, o aprendizado se torna mais significativo, pois aprendemos porque e para que servem determinads coisas, como por exemplo foi dito no texto que os alunos aplicaram a porcentagem que aprenderam em matemática em ciências, e isso é muito bom, pois ele pode perceber a utilidade daquele conteúdo em sua vida. Me lembro que vivia me perguntando: Por que esse professor está dando isso? Onde vou usar "isso" no meu dia-a-dia? Quando os conteúdos são trabalhados separadamente certamente surgem essas indagações.
Em minha sala de aula procuro trabalhar de forma interdiciplinar levando meu aluninho a aprender várias coisas ao mesmo tempo. Estamos trabalhando em nossa escola um projeto sobre animais, e nesse projeto eu trabalho todas as disciplinas e não só ciências.

Patrícia Raposo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Patrícia Raposo disse...

Tenho uma preocupação muito grande em saber se meus alunos estão assimilando tudo que ensino a eles, por isso tenho o costume de testar hoje o aprenderam ontem, e às vezes me surpreendo, pois tem dia que venho pra casa preocupada, será que eles entenderam a mensagem que eu quis passar? E no outro dia chego à sala de aula e meus alunos estão falando do que aprenderam ontem. É lindo quando meu aluninho além de reconhecer a letra do nome dele que eu ensinei, ainda reconhece de todos os coleguinhas.

Rita Pinheiro disse...

Cristina:
Não concordo quando a colega Keila afirma que para haver interdisciplinaridade é preciso que haja o envolvimento de todos, e que isso é difícil. Se todos tiverem envolvidos , ótimo, mas o que realmente precisamos é a disponibilidade do professor para sair em busca do que não conhece, para pesquisar, para colocar-se no papel de mediador e de aprendiz. Assim, ao sair de sua área específica ele mostra aos seus alunos que ninguém é detentor do saber total , que precisamos sim, saber buscar o conhecimento quando isso nos é necessário, um conhecimento significativo para aquilo que estivermos construindo.

Sônia Maria disse...

A escola da Ponte: Como é importante o contato dos alunos com o concreto, com que faz parte do seu dia-a-dia para que a aprendizagem se efetive.

Unknown disse...

Cristina,

Amo essa crônica de Rubem Alves, aliás, gosto de tudo que ele escreve, seja para adultos ou crianças.
A escola que ele descreve é a que buscamos, mesmo que ainda, em passos curtos, porém não desistimos de caminhar. Essa escola tem vida!
Semana passada, realizamos uma reunião de pais e professoras da Educação Infantil e falamos do nosso trabalho, inclusive algumas atividades que realizamos com as crianças, fizemos com eles, e mostramos o objetivo das mesmas. O nosso objetivo era mostrar que em nossa escola a criança aprende e é feliz. E falamos que escola é vida, movimento, alegria. E lendo esse texto pude lembrar de todos os comentários que surgiram na reunião.
Acredito que temos muitos exemplos bons e através da troca, socialização, podemos avançar na busca de um trabalho cada vez melhor. Um trabalho que faça a diferença e marque a vida dos alunos como algo realmente significativo.

Um abraço, Inês de Fátima.

Unknown disse...

Nossa que lindo!!!!Realmente, a cada dia que passa somos surpreendidos com aulas maravilhosas como essa!!! Gostaria que todas as minhas aulas fossem assim(dinâmica, amarrada a realidade e estimulante). A educação brasileira necessita de experiências como essas para que nossos alunos se sintam interessados.

Cristina disse...

Turma, estamos a tão pouco tempo juntos e me sinto tão à vontade que parece que somos um grupo de estudo de anos!
Quando a Maria do Carmo falou, lá embaixo, da importância da interação entre os professores, não precisava nem ver o nome dela, reconheci pelo discurso!
E quando a Rita disse que discordava da Keila, foi como se estivéssemos todos num seminário ou numa reunião, trocando idéias... Que bom essa interação nossa!

Vi também alguns comentários sobre o texto do Rubem. Queria esclarecer que a escola a que ele se refere aqui, que ele descreve em seu texto, existe realmente, em Portugal! E que existem algumas outras, raras na Europa e uma bastante semelhante no Brasil, no Rio Grande do Sul, embora lutem contra uma série de problemas. A Escola da Ponte de Portugal e a Escola do Sul são instituições públicas que mudaram suas regras e batalharam muito para continuar existindo.

Me surpreendeu também ver alguns colegas dizendo que "é preciso trabalhar com o concreto" ou que "é importante levar o ensino para o cotidiano". Vejam que o projeto desenvolvido na Escola da Ponte é sobre História e acaba se voltando para as caravelas! Bem longe do cotidiano, não? Foi o assunto que interessou ao grupo.

O que quero dizer é que o que me encanta não precisa fazer parte da minha vida. Pode ser trazido para minha vida. E, mais importante que concretizar, o que mostra maior nível cognitivo, ou mudança deste nível, é a capacidade de abstrair.
Ou seja, ao pressupor que a aprendizagem deve partir de fenômenos concretos, da realidade imediata, do que é essencial nos fenômenos, não consideramos que os alunos não tem uma idéia formada do que seja essa essência, por isso não possuem meios de alcançá-la.

Segundo Lompscher (1999), ao comparar fenômenos concretos sem a ferramenta cognitiva que permite abstração, os alunos verão predominantemente os traços e relações superficiais, não indo além deles. Assim, ele comprenderá fragmentos do fenômeno.
LOMPSCHER, Joachim. A Atividade de Aprendizagem e sua Formação: ascenção do abstrato ao concreto. tradução José Carlos LiBâneo. 1999.

Mas, vamos voltar a interdisciplinaridade?

fatima disse...

A interdisciplinaridade é uma prática pedagógica que contribui positivamente no desenvolvimento do aluno de uma maneira prazerosa por estar interligando um determinado tema a várias disciplinas, possibilitando ao aluno uma visão mais ampla, profunda e significativa dos conhecimentos adquiridos.
A experiência da Profa. Maria Clara Maia fez toda diferença quando se utilizou da Arte, através das tintas de pintura, para despertar o interesse de seus alunos no aprendizado dos produtos químicos.

CLARE disse...

Que exemplo maravilhoso de interdisciplinaridade! Os alunos aprendem muito mais quando a motivação parte deles mesmos. Devemos aproveitar muito mais disto.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Os ensinamentos de Rubem Alves, são sempre pertinentes a quem realmente quer ser um educador de verdade. Ele fascina com estes textos que trazem mensagens inovadoras, nos permitindo reviver a cada instante o que há de segnificante dentro de nós.Tenho guardada em mente uma de suas frases: " Só se ensina bem,quem se sabe aprender".
Precisamos correr na frente, sempre buscando inovações, assim poderemos ajudar na aprendizagem de nossos alunos.
Fiquei feliz com depoimento da Rose. Está iniciando a sua carreira com vontade aprender. Continue, a educação precisa de pessoas como você. Precisamos acreditar em nós.

Cristina disse...

Oi Fátima, você é a Maria de Fátima Bacelar?

maura azevedo braz disse...

O QUE TENHO A RELATAR PARA ESTE GRUPO QUER SOU UMA SIMPLES PROFESSORA DE EDUCAÇAÃO INFANTIL , MAS JÁ COM MUITOS DOS MEUS ALUNOS JÁ PODENDO LER ,FRAZES E INTEIRASE, PODENDO DISCUTIR ASSUNTOS E A DEBATER POLEMICAS ATUAIS. ETE MESNO SEMANAIS, E O DESTA SEMANAIS SÃO OS ANIMAIS . POSSO INTERRAGIR NESTE TEMA DE UMA FORMA MUITO AMPLA, TROUXE PARA MINHA SALA ANIMAIS PARA PODER CLASSIFICAR DE UM A FORMA OS AMAIS CONCRETAMENTE POIS MUITOS DESTEZ ANIMAIS SÓ VEMOS POR FIGURAS .
HOUVE UM REBOLIÇO MARAVILHOSO PODEMOS TRABALHAR EM TODAS AS AREAS SEWM MEDO DE AVANÇAR ALEM DO QUE PODIAMOS , ASSIUM TORNO MINHAS PALAVRAS SUAS PALAVRAS
CRISTINA ...”O QUE QUERO DIZER É QUE O QUE ME ENCANTA NÃO PRECISA FAZER PARTE DA MINHA VIDA. PODE SER TRAZIDO PARA MINHA VIDA. E, MAIS IMPORTANTE QUE CONCRETIZAR, O QUE MOSTRA MAIOR NÍVEL COGNITIVO, OU MUDANÇA DESTE NÍVEL, É A CAPACIDADE DE ABSTRAIR.
OU SEJA, AO PRESSUPOR QUE A APRENDIZAGEM DEVE PARTIR DE FENÔMENOS CONCRETOS, DA REALIDADE IMEDIATA, DO QUE É ESSENCIAL NOS FENÔMENOS, NÃO CONSIDERAMOS QUE OS ALUNOS NÃO TEM UMA IDÉIA FORMADA DO QUE SEJA ESSA ESSÊNCIA, POR ISSO NÃO POSSUEM MEIOS DE ALCANÇÁ-LA.
SEGUNDO LOMPSCHER (1999), AO COMPARAR FENÔMENOS CONCRETOS SEM A FERRAMENTA COGNITIVA QUE PERMITE ABSTRAÇÃO, OS ALUNOS VERÃO PREDOMINANTEMENTE OS TRAÇOS E RELAÇÕES SUPERFICIAIS, NÃO INDO ALÉM DELES. ASSIM, ELE COMPRENDERÁ FRAGMENTOS DO FENÔMENO.
LOMPSCHER, JOACHIM. A ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM E SUA FORMAÇÃO: ASCENÇÃO DO ABSTRATO AO CONCRETO. TRADUÇÃO JOSÉ CARLOS LIBÂNEO. 1999.
ACHO NÃO SÓ CONCORDO PLENAMENTE, POIS MINHAS AULAS TEM TORNADO DE UMA PROUNDIDADE A PODO DE SAIR DOS PORTÕES DA ESCOLA E FAZER VARIAS CRITICAS CONSTRUTIVAS AOS PAIS. QUE PREVIGELIIO MAIOR QUeR ESTE!

maura azevedo braz disse...

cristina descupe tantos eros na escrita , mas estya hor já dopmei meu remedi , esto com sintrome do panico ,quero bricar co esta doençã, mas erlça parece muito dificil.
orem por mim poi tenho paixão de ser professora.

Cristina disse...

Oi Maura,
Em especial para você que está passando por este momento difícil, não se sinta enfraquecida! você é extremamente forte e determinada, senão não estaria aqui nesta situação. Tenho amigos e parentes muito próximos (no plural,mesmo) que já passaram por isso e, mesmo sabendo que não é nada fácil, tenha certeza que você vai superar.

Um grande e carinhoso beijo.

Djanira disse...

Cristina
Interdisciplinaridade é o que toda escola devia procurar ter como meta. Os profesores interligados no ensino das teorias dos conteúdos e na prática dos mesmos proporcionarão um aprendizado significativo a seus alunos. Valorizando o que eles já trazem consigo, contextualizando e trabalhando de forma nterdisciplnar a educação acontece realmente.

Djanira disse...

Maura, parabéns pelo seu relato. Fico muito feliz de ver a teoria aprendidida na graduação, sendo praticada com tanto sucesso. Imagino como deve ter sido divertido sua aula com a "bicharada", as crianças devem ter adorado. Parabéns, feliz são seus alunos que tem um aprofessora assim. realmente você mostrou a teoria na prática é a interdisciplinaridade em ação. abraços.

keith disse...

Rubem Alves tem uma grande visão de interdisciplinaridade. Percebemos a importância de trabalharmos diferente no nosso dia a dia. Como é difícil! Largar nosso pré- conceito, mudar nosso estilo de trabalho, abrir mão do velho planejamento e simplesmente, trabalhar com o novo, trabalhar com aquilo que o aluno oferece, não só o que você pensa que pode oferecer.
Experimentar o novo é fundamental!

Rosana disse...

Atividade 01
Vejo este "desenho" de duas formas:
- Filipe é o exemplo de quem entra e sai da escola sem saber seu real significado. Suas contribuições para a vida futura, ou seja, o que ela representa para seu dia-a-dia, onde ele está inserido.
- Filipe não tem palavras para descrever como é a escola porque nela ainda não encontrou algo significativo, que realmente o motivasse.

Rosana disse...

Atividade 02
Experiência Interdisciplinar
A escola onde trabalhei montou um roteiro – Brasil, país do futebol – cada disciplina contribuiu de forma integrada com a pesquisa.
Exemplo:
Educação Física (que leciono) - fazíamos pesquisa sobre time oficial, regras. No final do projeto montei coreografia com a música: “Partida de Futebol – Skank”.
Matemática - mostrou planilhas e gráficos de times, com: número de gols, campeonato conquistados.
História – Apresentou a história, a origem, do futebol no Brasil.

Cristina disse...

Então, Rosana, a atividade realizada na sua escola foi multidisciplinar ou interdisciplinar? Acompanhe as discussões pelo grupo do Yahoo. Você tem recebido nossas mensagens?

guimaraescg disse...

O TEXTO DE RUBEM ALVES E MUITO INTERESSANTE. NO MEU ENTENDIMENTO, NÓS COMO EDUCADORES DEVEMOS ESCOLHER OS INSTRUMENTOS CERTOS PARA FAZER COM QUE NOSSOS ALUNOS TENHAM UM BOM APRENDIZADO, POIS SE COLOCARMOS UMA APRENDIZAGEM SEM UM OLHAR CRÍTICO, O ENSINO TENDE A ENFRAQUECER.

Patrícia Raposo disse...

Oi Cristina? Tudo bem? Estou em apuros pra realizar a atividade central, além de criar o ser eu tenho que criar o planeta de onde ele é tb?

Cristina disse...

Oi Patrícia, é isso aí! Criar um ser extraterrestre real, em 3D, fotografá-lo para que possamos conhecê-lo bem e descrever detalhadamente e com lógica o planeta, que deve combinar com a estrutura morfo-fisiológica do ser!! Legal, né?

Cristina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Este autor é sensacional! E como educadores devemos pensar na realidade de nossos alunos , relacionar os conceitos a sua prática. Para que serve? Como fazer? enfim...
O texto retratou como podemos desenvolver a interdisciplinaridade nas escolas,e mostrou como a criatividade deve estar presente para exercermos melhor nossa prática docente.

Adriana Bernardes disse...

Como professora de Física fico feliz em conhecer uma experiência como esta da escola da Ponte em Portugal.
Realmente concordo com o autor em relação a importância de se conhecer ciência na prática, o que de outra maneira seria difícil despertar o interesse dos alunos e conseqüentemente fazer um bom trabalho.
Quantos alunos calculam o centro de massa de uma figura geométrica sem entender o que estão calculando, sem jamais terem raciocinado sobre como encontrá-lo na prática, coisa que deveria ser incentivada pelo professor da disciplina.
Muitos alunos hoje não conseguem aprovação em Física apenas por não conseguirem dominar a Matemática exigida em provas ou decorar fórmulas matemáticas. A Física é muito mais que isto e envolve a compreensão de conceitos que nos deparamos todos os dias em nosso cotidiano e nem sempre fomos estimulados a nos perguntar porque?
A maçaneta da porta não é colocada a toa afastada do centro onde gira, sem dúvida teríamos muito mais dificuldade em abri-la ou fechá-la se esta se localizasse mais próxima ao centro da porta. Pelo mesmo motivo os mecânicos sabem na prática porque devem escolher chaves com os cabos maiores para retirar parafusos.
A Física é isto, nem sempre nos importa o porque de cada coisa, mas este porque existe e o funcionamento de tudo a nossa volta está relacionado a conceitos como estes, conceitos simples que podem ser facilmente entendidos, mas infelizmente pensando em ensinar assuntos mais complexos nem o básico anda sendo ensinado.

Adriana Bernardes disse...

Sem dúvida o fato de vincular a ciência a realidade colaborará para o aprendizado do aluno.

Pois é programa cumprido não é programa aprendido. Para você entender e se interessar por uma disciplina você tem que realmente relacioná-la a sua realidade entendendo sua importância. Vivemos hoje um momento em que a tecnologia domina, para entendê-la é necessário conhecimentos de Física, Química, Biologia e Matemática. Porém estas disciplinas são de dificil assimilação para o aluno da maneira como são ensinadas na escola.
Da maneira como normalmente é ensinada, quem é que vai aprender Física? Pessoas que gostam da disciplina ou que tenham grande inclinação a ela o que não é o caso da maioria que normalmente vem de cursos de Ciências das séries iniciais com professores com pouco preparo. Não me esqueço da declaração de um monitor de Astronomia que é membro do Clube de Astronomia que coordeno e estava realizando um trabalho com os alunos do Ensino Fundamental, ele reclamou comigo que havia chegado na sala de aula pedido licença para falar para as crianças um pouco sobre os planetas do sistema solar, falou que as crianças estavam bem interessadas e que aquilo estava estimulando muito que ele falasse cada vez mais, quando ele chegou num determinado ponto sobre a maior temperatura encontrada no sistema solar e citou o planeta Vênus como o que apresenta maior temperatura, a professora o desmentiu categoricamente afirmando que era Marte o planeta mais quente do sistema solar, Vcs ouviram pessoal é Marte e não Vênus. Bom ele não pode corrigir a professora, pois não estava ali para isto, mas...
É por essas e outras que são importantes cursos como estes, muita coisa que aprendi e tenho utilizado muito em projetos aprendi em cursos como este. É preciso que se entenda a necessidade da qualificação, principalmente devido inclusive as deficiências das universidades, até mesmo as federais, no que tange a formação do professor.

Maria disse...

Oi turma!!!

Como estão criativos os ETs de vocês. Adorei, meninas e meninos!!!
Vamos agora continuar a atividade com a nº 2. Sucesso para todos.
Abraços,
Maria do Carmo

Luciana Maria Moura disse...

A escola da ponte é uma escola que trabalha com conteúdos interdisciplinares. A partir de um tema, a escola trabalhou com diversas áreas. Estimulou as crianças a pesquisarem, a buscarem o conhecimento.

Patrícia Raposo disse...

Oi Cristina. Gostaria que vc me enviasse um recadinho aqui, me falando se recebeu minha atividade. Estou meio perdida, não sei se vc recebeu. Amanhã enviarei a segunda parte.

Obrigada

Patrícia Raposo

Cristina disse...

Oi Patrícia, já reenviei o comentário sobre a sua atividade que, na verdade, tinha sido enviado em 27 de julho!
beijos

Maria disse...

Oi, Cristina!
Li os comentários feitos a respeito do meu ET e gostei muito. Vou tentar acrescentar ou mudar algumas coisas e depois envio para vc.
Bjs,
Maria do Carmo Santiagoterminada

Patrícia Raposo disse...

OI Cristina. Vc enviou o comentário de minha atividade pra onde? pro meu e-mail?
abraços!!!

Patrícia Raposo

Cristina disse...

Foi sim, Patrícia.

Aliás, recado para Rita de Cássia: todos os seus e-mails do click21 estão voltando para nossa caixa!!!
Forneça outro endereço, por favor.
Beijos.

Patricia Raposo disse...

Oi Cristina, já estou com novo endereço. favor mandar meus comentários, pois estou muito anciosa.

Beijos

Patrícia Raposo

Cristina disse...

Oi Patrícia, seu endereço novo é sraraposo@yahoo.com.br? Foi para lá que mandei. Se tiver outro, por favor envie mensagem por ele para que possamos colocá-lo em nossa lista.
beijos

Patricia Raposo disse...

meu e_mail novo é patpib@yahoo.com.br.
patricia raposo

Unknown disse...

Muito bom o carisma é a dedicação do Rubens Alves em compartilhar aprendizado e seu conhecimento.
Parte de boa educação começa em casa mais a escola e o professor são pilares e base na nossa educação.