domingo, 8 de junho de 2008

Interdisciplinaridade: um avanço na educação

imagem: http://web.educom.pt/p-com/projecto.htm


Em grandes grupos, em dupla ou até mesmo sozinho é possível integrar diferentes matérias e levar os alunos a compreender plenamente os conteúdos curriculares.
Nova Escola - ago/2004 – Edição 174


Reportagem de capa



Há três anos, um apagão obrigou a população a racionar energia e o Brasil a buscar alternativas. A crise, mostrada à exaustão nos noticiários, passou a ser o centro das discussões nas salas de aula. Seis professoras do Colégio Santa Maria, de São Paulo, foram além e se reuniram em torno de um projeto interdisciplinar. Desde então, os alunos estudam fontes alternativas de energia, produzem aquecedores solares e ensinam a população a utilizá-los. O sucesso do projeto se explica principalmente porque os conteúdos de Ciências, Matemática, Geografia, Língua Portuguesa, História e Ensino Religioso foram colocados a serviço da resolução de um problema real, de forma integrada.

Um ambiente de aprendizagem como o que se formou no Santa Maria também pode nascer em sua escola. Essa abordagem interdisciplinar só acontece quando os conteúdos das disciplinas se relacionam para a ampla compreensão de um tema estudado. "A relação entre as matérias é a base de tudo", afirma Luís Carlos de Menezes, professor da Universidade de São Paulo. Muita gente acha, porém, que basta falar sobre o mesmo assunto para trabalhar de forma interdisciplinar. "Isso é apenas multidisciplinaridade", esclarece o consultor em educação Ruy Berger, de Brasília. Ao utilizar os conhecimentos de outras áreas que não são de seu domínio, você pode encontrar dificuldades. Mas aprender com os colegas é uma das grandes vantagens dessa prática, que estimula a pesquisa, a curiosidade e a vontade de ir aos detalhes para entender que o mundo não é disciplinar.

O caminho mais seguro para fazer a relação entre as disciplinas é se basear em uma situação real. Os transportes ou as condições sanitárias do bairro, por exemplo, são temas que rendem desdobramentos em várias áreas. Isso não significa carga de trabalho além da prevista no currículo. A abordagem interdisciplinar permite que conteúdos que você daria de forma convencional, seguindo o livro didático, sejam ensinados e aplicados na prática — o que dá sentido ao estudo. Para que a dinâmica dê certo, planejamento e sistematização são fundamentais. Ainda mais se muitos professores vão participar. É preciso tempo para reuniões, em que se decide quando os conteúdos previstos serão dados para que uma disciplina auxilie a outra. Por exemplo: você leciona Ciências e vai falar sobre consumo de energia. Para realizar algumas atividades, é imprescindível as crianças conhecerem porcentagem, que será ensinada pelo professor de Matemática. Quando as disciplinas são usadas para a compreensão dos detalhes, os alunos percebem sua natureza e utilidade.

Projetos interdisciplinares também pedem temas bem delimitados. Em vez de estudar a poluição, é preferível enfocar o rio que corta o bairro e recebe esgoto. A questão possibilita enfocar aspectos históricos, analisar a água e descobrir a verba municipal destinada ao saneamento. Quantas disciplinas podem ser exploradas? É possível que um caso assim seja trazido pela garotada. Convém não desperdiçar a oportunidade mesmo que você não se sinta à vontade para tratar do assunto. Não precisa se envergonhar por não saber muito sobre o tema. Mostre à classe como é interessante buscar o conhecimento. "A formação continuada do professor não se resume a realizar um curso atrás do outro, mas também ler diariamente sobre assuntos gerais", complementa Berger. Dessa maneira, ele aprende a aproveitar motes que surgem em sala e que tendem a ser produtivos se abordados de forma ampla.

No livro Globalização e Interdisciplinaridade, o educador espanhol Jurjo Torres Santomé, da Universidade de La Coruña, afirma que a interdisciplinaridade dá significado ao conteúdo escolar. Ela rompe a divisão hermética das disciplinas. Se a sua escola não trabalha dessa maneira, experimente lançar a discussão em reuniões. Outra opção é deixar seu planejamento à disposição para que os colegas saibam que matéria você dará e em que momento. Assim, os interessados podem se organizar para agir em conjunto. A coordenação tem um papel mediador, sugerindo parcerias e provocando o diálogo. Esse tipo de trabalho pode até ser feito por apenas um professor. Mas, nesse caso, a equipe estaria perdendo uma ótima oportunidade de obter resultados mais significativos.

Nesta reportagem, apresentamos três exemplos de projetos interdisciplinares. Além da experiência em grupo do Colégio Santa Maria, de São Paulo, você vai conhecer uma dupla de Goiânia que só tinha a hora do cafezinho para planejar um projeto conjunto e uma professora de Ribeirão Pires (SP) que, sozinha, recorreu aos conteúdos de outra disciplina para aumentar o interesse pelas aulas.


Um grupo de mãos dadas para ensinar


Quando o apagão de 2001 forçou milhões de brasileiros a reduzir o consumo de energia elétrica, a professora de Ciências Maria Lúcia Sanches Callegari, do Colégio Santa Maria, em São Paulo, fez uma proposta às 5ªs séries: construir um aquecedor solar (o modelo didático pode ser visto no endereço http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0174/aberto/mt_72298.shtml). Logo a idéia despertou o interesse de outras cinco professoras. Todas se envolveram e, utilizando o horário reservado para o trabalho coletivo, montaram um projeto conjunto, que vem se repetindo anualmente. Para conciliar tantas disciplinas, o planejamento é feito logo no início das aulas. Dessa forma, os professores abordam conteúdos de seu currículo de acordo com as etapas da construção e da instalação do aquecedor.

A professora de Geografia trabalhou o clima brasileiro e conceitos de orientação utilizando a bússola, para que todos localizassem o norte, direção para onde a placa do aquecedor deveria estar voltada ao ser instalada sobre as casas. A de Matemática pediu uma pesquisa sobre o consumo de energia dos eletrodomésticos e explorou conceitos de proporção ao calcular com a garotada o tamanho das placas solares de acordo com o volume das caixas d'água.

Em História, foram resgatados os motivos econômicos que causaram a degradação do meio ambiente brasileiro. Nas aulas de Ciências, os estudantes pesquisaram as fontes de energia no país e quais alternativas apresentam menos impacto ambiental. Com a professora de Língua Portuguesa, eles bolaram questionários para entrevistar as famílias que receberiam o equipamento. O objetivo das aulas de Ensino Religioso foi orientar os estudantes no contato com a comunidade, para que eles compreendessem as razões das diferenças entre a realidade deles e a dos moradores de bairros carentes. "A idéia de doar os aparelhos para a população foi das próprias crianças", lembra a orientadora da 5ª série Ivani Anauate Ghattas.

As avaliações também são formuladas de maneira interdisciplinar. Em História, por exemplo, os estudantes são desafiados a discorrer sobre o extrativismo predatório ocorrido no Brasil Colônia. Além disso, o objetivo é levá-los a associar os prejuízos ao meio ambiente que hoje ameaçam a qualidade de vida, conteúdos que, na teoria, fariam parte do programa de Ciências. Além de confirmarem que a fórmula tem sido vitoriosa no que se refere à aprendizagem da turma, as seis professoras contabilizam ganhos pessoais. "Temos aprendido sempre para colocar nosso conhecimento a serviço dos estudantes", afirma Maria Lúcia.


Sem tempo, dupla se reúne na hora do café.


Um dos conteúdos de Ciências é o sistema respiratório. Nas 7ªs séries do Colégio Estadual Juvenal José Pedroso, em Goiânia, os esquemas mostrando o pulmão, a faringe e o nariz não estavam sendo suficientes para chamar a atenção dos alunos da professora Cleusa Silva Ribeiro. Uma parceria sugerida pela professora de Língua Portuguesa, Paula Rodrigues Garcia Ramos, deu um novo enfoque ao tema e às aulas. Na escola onde as duas lecionam, a interdisciplinaridade não é prática, até por falta de tempo. Cleusa e Paula dão aulas em mais de um período. "O jeito foi nos encontrarmos nos intervalos, nos corredores, na hora do café ou dar uma fugidinha de vez em quando até a sala da outra", conta Cleusa. A dupla sugeriu aos adolescentes que fizessem histórias em quadrinhos sobre o que estavam estudando nas aulas de Ciências. O pulmão e a laringe ganharam braços, pernas, olhos e bocas e tornaram-se personagens. "Trabalhamos as figuras de linguagem e estudamos estruturas de diálogo. Para elaborar o texto, eles tinham que dominar bem o conteúdo de Ciências. Deu certo", avalia Paula.

O projeto tomou mais consistência quando os estudantes sugeriram abordar nos quadrinhos temas como os malefícios do cigarro ou da poluição. Para dar conta do recado, as professoras começaram a estudar com as turmas. Paula admite que pouco sabia sobre o assunto e acabou adquirindo conhecimentos importantes para ajudar nas tarefas. Para Cleusa, a experiência foi ainda mais positiva. "Alertei meu aluno sobre um erro de ortografia. Ele argumentou que a aula não era de Língua Portuguesa. Respondi que para um bom trabalho, de qualquer área, é preciso escrever corretamente." Com esse projeto a turma aprendeu como a língua está relacionada a Ciências. "Trabalhar assim é compreender um século de avanço na educação", defende Menezes.

Sozinha, professora une Artes e Química.

O interesse pela Química entre as classes do Ensino Médio da Escola Estadual João Roncon, em Ribeirão Pires (SP), era muito pequeno. Muitos jovens tinham dificuldades de interpretação e precisavam desenvolver o raciocínio lógico para acompanhar as aulas. "Para reverter a situação, fui buscar uma forma mais estimulante de ensinar", explica a professora Maria Clara Maia Ceolin. E foi na interdisciplinaridade que ela encontrou uma saída. "Pensei em algo lúdico e que envolvesse expressão. Nada melhor que a arte", diz Maria Clara.

Seu objetivo era mostrar como a Química está presente nos materiais utilizados pelos artistas. Antes de dar início ao projeto, a professora tentou parcerias com professores de outras disciplinas. Nem as respostas negativas nem a falta de estrutura da escola fez com que ela desanimasse. Sem laboratório, ela e os alunos buscavam água de balde e levavam para a classe. "Não desisti e decidi fazer tudo sozinha."

O planejamento incluía trabalhar com vários tipos de pigmento e estudar a evolução dos materiais. "No início, só usamos sulfite e vários tipos de carvão para desenhar", conta. Os jovens estudaram a composição do material e mais adiante a professora pediu uma pesquisa sobre a história da arte. Em uma linha do tempo, mostraram os pintores de diferentes movimentos e as técnicas e materiais utilizados desde a Antigüidade. A próxima etapa envolveu a releitura de obras utilizando tintas feitas pelos próprios adolescentes.

Maria Clara consultou livros, fez pesquisas na internet, conseguiu gravuras de quadros famosos e lançou mão de disciplinas como História e Geografia para dar suas aulas. Além de assimilar o conteúdo previsto no planejamento de Química, os estudantes se envolveram nas aulas e ainda se descobriram artistas talentosos. Tudo isso entrou na avaliação.

O sucesso foi tão grande que Maria Clara repetiu a experiência com as turmas de Ensino Fundamental e de suplência e deu oficinas na Diretoria de Ensino de Mauá (SP) para professores de Química. Com materiais simples e baratos e boa vontade, Maria Clara atingiu seu objetivo. "Acredito que abordar os conteúdos da minha disciplina com o apoio de outra área deu mais significado às aulas. O ideal seria os professores entenderem que projetos assim funcionam melhor se feitos em parceria."





Como ensinar relacionando disciplinas


  • Parta de um problema de interesse geral e utilize as disciplinas como ferramentas para compreender detalhes.
  • Como um professor especialista, você tem a função de um consultor da turma, tirando dúvidas relativas à sua disciplina.
  • Inclua no planejamento idéias e sugestões dos alunos.
  • Se você é especialista, não se intimide por entrar em área alheia.
  • Pesquise com os estudantes.
  • Faça um planejamento que leve em consideração quais conceitos podem ser explorados por outras disciplinas.
  • Levante a discussão nas reuniões pedagógicas e apresente seu planejamento anual para quem quiser fazer parcerias.
  • Recorra ao coordenador. Ele é peça-chave e percebe possibilidades de trabalho.
  • Lembre-se de que a interdisciplinaridade não ocorre apenas em grandes projetos. É possível praticá-la entre dois professores ou até mesmo sozinho.

63 comentários:

Cristina disse...

Fico muito feliz com a participação de todos. Este texto traz uma reflexão interessante para aqueles que consideram necessária a participação de vários colegas de diferentes disciplinas para a realização de um projeto interdisciplinar. Leia com atenção e acho que vai ajudar um pouquinho a desenvolver a atividade proposta no Grupo de Discussão! Não deixem de enviar sua contribuição ao Grupo (pelo Yahoo) e de continuar comentando os textos aqui!!

Patrícia Estaky disse...

Acredito que o que acaba impedindo o trabalho interdisciplinar do professor é a falta de tempo - ou disposição de alguns - para arregaçar as mangas e começar a buscar informações e materiais para levar à sala de aula. Infelizmente, muitos são os problemas da educação hoje no nosso país, porém, quando se escolhe ser professor, juntamente com as alegrias que a profissão nos oferece, também colhemos muitos sacrifícios. Entretanto, o último culpado pelo aumento que não sai, a coordenação que não trabalha ou a parede descascada da escola é o aluno. este é que não merece ser privado de uma educação digna, de qualidade porque algumas coisas - ou muitas - não funcionam no nosso páis como deveriam.
A interdisciplinaridade melhora os objetivos da educação escolar, mostra aos alunos pra que saber determinadas informações e cria dinâmica e busca pelo aprendizado na escola por parte de todos, alunos, professores e até funcionários. Através dessa forma de ensino, ensinamos nossos alunos a relacionarem a realidade com o que aprendem na escola e, mais que isso, a questionarem. Desenvolvemos um olhar crítico e muito mais enriquecedor do que meras aulas tradicionais e entediantes.
Pena que isso dá trabalho, e muitos acham que não ganham para isso.

rrjarcem disse...

Como professora de educação física entendo que muito podemos criar através da interdisciplinaridade ,através de brincadeiras onde usaremos a matemática a física ,ambientalismo ,noções de higiene ,cuidados com o próprio corpo ,onde poderão ser planejadas atividades com outros professores ,ou na falta de tempo para reuniões ,planejamento isolado.

Carla disse...

convenhamos q ser interdisciplinar exige tempo. e na maioria das vezes o professor nao dispoe desse tempo.sem contar q muitos nao querem nem mostrar o seu plano com medo de futuras criticas de seus colegas, o q nao deixa de ser uma certa insegurança.Graças a Deus esse nao é um problema na escola onde eu trabalho pois lá trabalhamos com um sistema onde todas as matérias estao integradas, exigindo apenas q os professores colaborem uns com os outros na hora de passar o conteúdo.

Marcia Cristina disse...

Realmente a interdisciplinaridade é importante para a aprendizagem significativa, acredito que o planejamento participativo é ponto de partida para a troca de informações e adaptações de idéias e interesses do corpo docente realmente interessado em uma educação de qualidade, os assuntos abordados em sala de aula precisam ser discutidos com os alunos e levados para o conhecimento dos colegas de trabalho em um encontro dando continuidade ao mesmo, a partir de idéias e propostas de trabalho levantadas pelo grupo.
Para que haja interdisciplinaridade é preciso mais que tempo é preciso boa vontade.

Cristina disse...

É muito bom saber que vários cursistas já vivem numa realidade onde é possível trabalhar interdisciplinarmente e que todos reconhecem a importância deste tipo de trabalho. Mas não esperamos, em absoluto, que todos tenham segurança e experiência para desenvolver este tipo de trabalho. Por isso estamos aqui. Formamos um grupo de apoio e discussão e gostaríamos de ver todos envolvidos. Vamos aproveitar esta oportunidade??
Não deixem de ler e comentar também o texto do Rubem Alves!

Liana Pereira Borba dos Santos disse...

O artigo apresenta exemplos ricos sobre como podemos praticar a interdisciplinaridade no contexto escolar, ajudando-nos a construir um conceito do próprio assunto. Um primeiro aspecto relevante remete à ênfase dada à contextualização do problema ou situação real a ser explorada através da prática interdisciplinar. Outro ponto é a importância de elaborarmos uma visão ampliada do tema ou conteúdo em questão, situação que de modo algum é fácil. Na verdade, é complexa e, por isso, repleta de desdobramentos. Acredito que tal fato não pode representar um empecilho e sim uma oportunidade de crescimento para alunos (as) e professores. Contemplando as palavras do texto, temos certeza de que não somos os únicos a buscar romper com a “hermética” das disciplinas, ficando claro o desafio que temos em frente e a necessidade de “mergulharmos” nesse mar de incertezas que é a educação.

Liana Pereira

Maria disse...

Cristina e colegas!

Não devemos ficar temerosos de que não não sabemos conduzir as aulas de outras disciplinas. Sei de projetos que apenas um professor administra todas as disciplinas e o resultado é muito bom. Ele aprende, pesquisa com o aluno.É isto que leva o aluno a aprender, a construir seu próprio conhecimento. Lembrei-me agora de uma colega que diz que não podemos continuar com esta cultura pronta, passando para o aluno da maneira tradicional e pensamos que o aluno está indo muito bem obrigado.
Cristina,gostei muito do artigo que vc colocou aqui e as trocas entre os colegas estão sendo ótimas.Dá muito o que discutir...
Abraços,
Maria do Carmo Procaci Santiago

Maria disse...

Colega!
Em minha escola, colegas e eu,já criamos com os alunos a Rádio escolar.
Foi ótimo o resultado, apesar de alguns contratempos. Os alunos participaram bastante e a animação foi grande. Já enviei para o grupo o projeto.
Abraços,
Maria do Carmo Procaci Santiago

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Achei muito legal as experiências relatadas. Muitas vezes elas não acontecem porque falta tempo, incentivo ou até mesmo interesse. trabalhar num projeto sozinho, as vezes é dificil, mas se você tem um outro professor que te dá força, fica mais facil. trabalhos interdisciplinares pedem tempo e preparo, porque senão vira bagunça.
É um bom projeto, mas precisa de pessoas apaixonadas pela profissão para executa-los.

Español.es disse...

É muito bom poder ler esses artigos contando experiências vividas por nossos colegas. Acredito que servem de incentivo para aqueles que não têm condições muito favoráveis dentro da escola, para que possam desenvolver suas próprias idéias e aos poucos incorporarem dentro da escola.

Vera Studart disse...

Penso que a maioria dos professores acham que um projeto interdisciplinar tem que ser algo "grande", trabalhoso e que vai ocupar demais um professor que já não tem quase tempo.......
Porém, acho que é bem mais simples do que se imagina........ Se você consegue durante a aula fazer uma relação entre as diversas disciplinas e o que você está falando, você efetivamente está fazendo um trabalho interdisciplinar.
Hoje, sinto muita dificuldade em estabelecer parcerias com meus colegas; então tento nas minhas aulas, fazer as devidas relações com as outras disciplinas, mostrar que o que está sendo falado é usado no nosso dia-a-dia.É impressionante como o interesse da turma é outro quando se faz um trabalho assim.

Cristina disse...

Oi Vera,
Você é Vera de quê? Não dá pra ver seu perfil...

Laura Arruda disse...

O presente texto vem mais uma vez reforçar que aplicarmos a visão interdisciplinar é possível!!! Não são essenciais recursos ou estruturas específicas. Basta empenho e vontade por parte do professor, que, na minha opinião, volta a seu papel fundamental de orientador, provocador e facilitador no processo de aprendizagem.

Keila Amorim disse...

Talvez eu tenha me colocado mal no primeiro comentário, em relação ao texto de Rubens Alves. Acreditem, não sou uma professora limitada, que gosto de tudo pronto. A prova disso é minha participação e interesse nos cursos do CEDERJ. Talvez por trabalhar numa escola que me limite muito, eu tenha didiculdade em "praticar a teoria".
Cada comentário dos colegas que leio, pego pra mim um pouquinho das idéias e das experiências. Tem sido muito gratificante
Muito obrigada a todos,
Keila

EU,EU MESMA!!!!!!!!!!!!! disse...

EU PENSO QUE 0 IMPEDE DE HAVER UMA VISAO MAIOR DOS FATOS OCORRIDOS,E A FALTA DE DISPOSICAO,E DE SE ESTAR ATUALIZADA.
SEMPRE QUANDO HA BOA VONTADE, DISPOSICAO E COOPERCAO,NO CORPO DOSCENTE,TRANSMITIREMOS AOS EDUCANDOS O MELHOR, AMPLIANDO SUA VIZAO,ENSINAMDO A ELES ASSIM A OLHAR ALEM DO OBVIO,A SER PESSOAS QUE BUSQUEM A ORIGINALIDADE,QUE POSSAM FORMAR SEUS PROPIOS CONCEITOS DE FORMA CLARA,E SEGURA.
E ACIMA DE TUDO POSSAM TORNAR FLEXIVEIS AS SITUACOES VIGENTES.
OS PROJETOS INTERDISCIPLINAR,PRA MIM TEM ESTE OBJETIVO.

Turismo barato por PC disse...

No meu caso , Língua Portuguesa , eu vejo que fica fácil a interação com outras disciplinas pois precisamos escrever e podemos e muito trabalhar a nossa língua com outra disciplina , apesar do tempo ser muito corrido e ter que cumprir prazos , dá para pedirmos trabalhos até mesmo sem o aluno saber mas que esteja englobando uma outra matéria . o texto citato acima , da revista Nova Escola ,é um ótimo exemplo como podemos trabalhar a interdisciplinaridade . Ótima matéria , muito bem selecionado o texto .

Maria do Carmo Grossi disse...

Maria do Carmo Grossi disse
Gosto muito de trabalhar a interdiciplinaridade e a contextualização na minha disciplina.Na escola que trabalho, da rede pública, faço muito uso destes recursos.Sempre tento relacionar o meu conteúdo Física com os projetos interdisciplinares desenvolvidos pela escola que trabalho.O resultado tem sido maravilhoso.Não me preocupo com o trabalho que este recurso dá, o que vale é o resultado na aprendizagem.
Maria do Carmo Grossi

Fátima Conceição disse...

O que considero como importante neste texto, é além da questão da elaboração de projetos interdisciplinares, é a intregração dos professores em prol de um único objetivo: preocupação na construção de conhecimento de seus educandos. Infelizmente, nem todos os profissionais da área educacional se importam com isto.

Marins disse...

Roseli Marins disse...

A interdisciplinaridade interliga todas as disciplinas formando uma teia de conhecimentos. Dessa forma colabora para um aproveitamento na construção da aprendizagem do aluno. É importante a participação de todo o corpo docente com a mesma visão em melhorar a qualidade de ensino.No entanto, essa realidade está distante da maior parte das instiuições de ensino do nosso país.

Vera Lucia C. Gomes disse...

Lendo os artigos pude perceber que geralmente o que fazemos na sala de aula é trabalhar a multidisciplinaridade, ou seja, abordamos um mesmo assunto em diversas disciplinas. percebi que a interdisciplinaridade vai além disto. Com ela partindo de um tema trabalharemos nao de forma isolada em cada diciplina, mas de forma conjunta integrada, visando um único objetivo e explorando ao máximo este tema em seus diversos aspectos, nas diferentes disciplinas.

Vera Lucia Costa Gomes

Beta disse...

A interdisciplinaridade mostra aos alunos a utilidade das matérias e a relação que elas têm entre si. Lembro-me certa vez que, trabalhando com o 2º ano técnico em informática, trabalhava redação técnica com eles( cartas comerciais, ofícios, memorando...). Ao receber os trabalhos feitos pelos alunos, percebi que eles não dominavam , como deveriam, padrões de digitação de textos. Então conversei com a profª de informática e ela usou os textos que eles produziam das cartas comerciais nas aulas dela; colocando-os alinhados, com as devidas letras e espaços, margens, etc. Foi muito legal! Porque os alunos chegavam na minha aula comentando tudo o que tinham aprendido, os erros cometidos e a melhora que as cartas tiveram. Pedi que os alunos encadernassem todas as cartas comerciais que havia lhes ensinado juntamente com a professora de informática e essa foi a avaliação do final do curso. Agora, eles têm um "minilivro" de redação técnica para usar no dia-a-dia profissional deles.Mas o que mais gostei foi da reação deles de entusiasmo, pois senti que tinha surgido efeito eque eu deveria criar mais atividades desse tipo.
Por isso amei esses exemplos de interdiciplinaridade. Abraços!

Rita Pinheiro disse...

Professora Cristina e colegas de curso:
Fiquei emocionada ao ler o texto "Interdisciplinaridade : um avanço na educação." Uma das razões da emoção foi verificar que quando realmente queremos fazer alguma coisa, conseguimos , como nos mostram os exemplos relatados no texto. Outra razão para emocionar-me foi perceber que realmente o caminho é esse! Eu já havia percebido que normalmente a noção de interdisciplinaridade é confundida com a de multidisciplinaridade quando li o texto que explica a diferença entre as duas noções no "Indo além" ; depois de ler este ,ficou mais claro ainda. A escola em que eu trabalho como coordenadora pedagógica, possui alguns professores que trabalham desta forma, e quando nos centro de estudo falam sobre os projetos desenvolvidos,incentivam os outros a fazerem o mesmo.Não trabalhamos com alunos à partir da quinta série, mas a troca de experiências e a pesquisa feita pelo professor para adquirir conhecimento fora de determinada área, junto com seus alunos, já começa a existir.
Enfim, o texto mostrou que estamos começando a trilhar o caminho certo, trouxe excelentes exemplos e
o levarei com certeza para o próximo centro de estudos para que possamos discutí-lo.
Obrigada, Cristina.
Abraços,
Rita

Profª Edna Melo disse...

Gostei de ler as experiências relatadas. Este texto é bem interessante pois mostra que podemos sozinhos trabalhar com interdisciplinaridade,já que muitas vezes falta tempo ou interesse para projetos maiores com outros profesores.

Cristina disse...

Olá turma!
Primeiro preciso que os perfis "Eu, eu mesma!!!" e "Beta" se identifiquem, pro favor! Não dá para saber quem são vocês!

BOm, acho que estamos chegando a um ponto crucial. Algumas pessoas estão questionando o conceito de multidisciplinaridade e interdisciplinaridade... Gostaria que continuássemos esta discussão no Grupo do Yahoo. TEm muita coisa vindo por aí. Inclusive nossa atividade central!

Unknown disse...

Esse texto realça a importância do trabalho em equipe entre professores, para um resultado excepcional, apesar de a rotina vivenciada pela maioria dos professores não permitir tal ação.
Devido aos baixos salários, a maioria, trabalha no mínimo, em duas escolas, e, portanto, acaba de ministrar sua aula, e, logo corre, para chegar a outra escola, e, com isso, deixa um pouco a desejar...
Mas, não devemos perder a esperança de que um dia essa aitute seja globalizada na prática.

Unknown disse...

bfEsse texto realça a importância do trabalho em equipe entre professores, para um resultado excepcional, apesar de a rotina vivenciada pela maioria dos professores não permitir tal ação.
Devido aos baixos salários, a maioria, trabalha no mínimo, em duas escolas, e, portanto, acaba de ministrar sua aula, e, logo corre, para chegar a outra escola, e, com isso, deixa um pouco a desejar...
Mas, não devemos perder a esperança de que um dia essa aitute seja globalizada na prática.

Unknown disse...

è realmente muito om tomar conhecimento de trabalhos interdisciplinares bem sucedidos. Realmente acho que este é um bom caminho para se criar cidadãos críticos e capazes de associar idéias, o conteúdo disciplinar fragmentado, é no meu ponto de vista um grave limitador do processo de ensino aprendizagem, uma vez que o aluno aprende, mas não compreende na prática a utilidade do conhecimento adquirido.

Laura disse...

A pedagogia de projetos nos remete a características especiais que permite articular as disciplinas de forma a contribuir para a solução de problemas; envolve alunos e comunidade escolar. Essa metodologia de trabalho busca analisar problemas sociais e existenciais que nos levam a uma reflexão sobre a nossa prática pedagógica implantando “o aprender a conhecer, o aprender como fazer e o aprender a ser pelo conviver”. Nós, professores, temos o compromisso de ser agente de transformação social, facilitador do crescimento de nossos alunos e de integrar diversos conteúdos das disciplinas ao cotidiano da comunidade. Uma maneira de atingir alguns dos objetivos dessa forma de trabalho, é através da organização dos alunos em grupo onde os mesmos interagem dentro de um espírito de colaboração e solidariedade.
Na prática, precisamos colocar que um projeto deve sempre partir de um assunto temático, de uma experiência vivenciada, de um acontecimento do momento, de um assunto de interesse dos alunos, de um tema do currículo, etc. Diante de um assunto determinado, o processo ensino-aprendizagem possibilita fazer da escola um espaço dinâmico, capaz de envolver o aluno num espaço centrado na aprendizagem, e não no ensino, pois possibilita a valorização do conhecimento prévio do aluno e os conhecimentos adquiridos anteriormente na construção de novos conhecimentos. É como diz Rubem Alves: “a vida é o único programa que merece ser seguido”.
É preciso, também, analisar e refletir sobre que prática pedagógica a U.E. se disponibiliza a realizar, como conscientizar e envolver o corpo docente e a comunidade escolar a compreender a importância de diretrizes na educação para a cidadania, para a criatividade, para a vivência da democracia e da liberdade. Eis o “X” da questão! Acredito que seja um momento de muita luta... A falta de professores e a organização das U.E. dificultam bastante esse caminhar pedagógico!
Laura Colombini

Laura disse...

Para que se concretize um projeto interdisciplinar, é preciso que todas as disciplinas ajudem a “entender e a transformar o mundo”. Logo, todos os professores devem juntos discutir a preparação das aulas que darão suporte ao trabalho coletivo. Cada professor não pode pensar isoladamente; é necessário buscar “uma articulação entre os diferentes olhares humanos: políticos, históricos, econômicos, filosóficos, artísticos e afetivos”. O tema escolhido deve aglutinar-se aos saberes das diversas disciplinas para que possa ser enriquecido em todos os aspectos e o assunto ser visto como um todo interdisciplinar.
Algumas linhas de ação que poderão levar a um planejamento interdisciplinar:
1) Preparação e planejamento: definir o tema ou assunto a ser estudado, procedimentos e medidas a serem tomadas e executadas;
# Como fazer: perguntas de sondagem ou diagnóstico dos saberes prévios dos alunos sobre o assunto a ser investigado para depois aperfeiçoá-lo ou mudá-lo;
# Vale lembrar que o resultado de um projeto deve se constituir de produtos claros, vistos além da sala de aula, como por exemplo, panfletos, jornais (impressos ou digital), apresentações multimídias, cartazes, vídeos, desenhos, quadrinhos, festivais de música, de poesia ou de teatro, shows, sites,campanhas de atividades de participação social e cultural, pesquisas, etc.
2) Execução ou implementação do projeto: traçar cronograma de ações, indicando etapas, datas e locais; realização de pesquisa que será colocada em prática através de ações ou atividades elaboradas a partir do cronograma traçado;
3) Análise dos resultados e deduções conclusivas: fase de verificação e confirmação das hipóteses levantadas e a dedução de conclusões que expliquem o assunto pesquisado;
4) Interação/aplicação prática: apresentação do que foi feito; os alunos interagem ao expor o que fizeram e descobriram durante o projeto; os alunos, ao olharem as coisas diferentes, ao interpretá-las de modo diverso, se esbarram com a aplicação prática do conteúdo que foi proposto no projeto, dando-se conta de seu crescimento pessoal;
5) Avaliação: Interpretar o que os alunos aprenderam e quanto cresceram com as informações obtidas na pesquisa;
# A avaliação deve ser:”inicial”, para diagnosticar o que alunos e professores já sabiam e planejar o trabalho; “formativa” para ajudar a progredir e ajustar o modo de ensinar e “recapitulativa” para sintetizar e reconstruir o que todos aprenderam.

Laura Colombini

aparecida carvalho disse...

Achei o texto da revista nova escola muito interessante.Gosto do trabalho interdisciplinar,de compartilhar as atividades com os colegas.Na minha escola a orientação é otraqbalho com projetos e atividades inter disciplinares, embora alguns colegas sinta dificuldade para esse tipo de trabalho.
A maior dificuldade com a interdisciplinaridade em qualuer escola é fazer com que todos queiram abrir mão de conceitos antigos e percebam que a sua individualidade não deixa de ser respeitada.

Maxison Ferreira disse...

A interdisciplinaridade exige um tempo que a maioria dos professores, devido a vários fatores, não faz questão de tê-lo, a fim de patricipar e de se envolver em uma dinâmica maior para o ensino-aprendizagem. Hoje, conta-se apenas, em algumas escolas como a minha, por exemplo, com o próprio livro didático fazendo essa integração dos conteúdos através de atividades de pesquisa, de discussões orais e da transversalidade de temas permeando os conteúdos. Como a minha coodenação é falha no sentido de promover a união de professores em torno de um currículo ativo, voltado para uma pedagogia que transborde o simples, o comum, nós, os próprios professores, é que construímos esses vários caminhos, perpassando as demais disciplinas. Isto se torna mais fácil porque atuo sozinho no ciclo básico, como regente no 4º ano. Tento conectar o máximo as disciplinas, os temas transversais, o debate ético etc., sempre que possível. Mesmo neste segmento é muito difícil realizar uma reunião com esses fins que produza algum efeito transformador.

Cristina disse...

Algumas vezes nos parece mais simples desenvolver um trabalho interdisciplinar - e aqui precisamos abrir um parênteses sobre o que considerar interdisciplinaridade... - quando somos o único professor regente da turma, como nas turmas do 1o ao 5o ano. Mas será que professores do 6o ano ao 3o do EM também não podem trabalhar interdisciplinarmente? Quem gostaria de levar esta discussão para o Grupo do Yahoo? Escreva para cursointerdisciplinaridade@yahoogrupos.com.br e diga o que pensa!

Darlene Maia disse...

Olá Cristina, acredito que trabalhando dessa forma teremos melhores resultados com relação ao ensino e aprendizagem dos nossos alunos, pois estes terão como verificar a utilidade de tanto conteúdo apresentado, a priori, sem relevância. É, inclusive, um ganho maior ainda para o professor que estará sempre aprendendo coisas novas para tirar dúvidas quando necessário. Deve ser um trabalho de equipe, não só em alguns projetos, mas como forma de atuar no magistério. Um abraço.

Luciana Machado disse...

Um trabalho interdisciplinar requer, sem dúvida, o envolvimento de toda uma equipe, contudo, como foi relatado na matéria em questão pode ser realizada até mesmo por um único professor.
Um exemplo claro desse tipo de trabalho, onde é, acredito eu, muito mais fácil de se trabalhar a interdisciplnaridade, é o que realiza o professor das séries iniciais, ou como chamamos no município onde trabalho, no 1º ciclo de formação.
Nesse caso o professor, na maioria das vezes, se vê sozinho para trabalhar diversos conteúdos, que embora sejam básicos, são característicos de determinadas áreas. É muito mais produtivo e divertido desenvolver projetos interdisciplinares. O trabalho fica mais rico, interessante e passa a fazer sentido para o aluno.

Isis Camardella disse...

Através desses projetos todos são beneficiados, principalmente o alunado que experimenta, vive, discute, descobre e aprende de uma maneira mais clara, envolvente, rica e contínua. Porém, há uma grande dificuldade em pôr em prática algo que não é bem compreendido, que muitos não buscam o novo e possuem medo do inovador, da mudança. Acredito que é algo a ser melhor discutido e trabalhado nas escolas, a fim de despertar para um trabalho que já vem dando certo (como relata o texto) e que só tem a acrescentar a todos.

Marins disse...

O texto de Rubens Alves sobre a Escola da Ponte enfatiza a questão dos alunos terem a oporunidade de expor suas idéias, escolhendo o assunto que lhe é benéfico, ou seja, que irá complementar a construção do seu conhecimento , buscando novos rumos para a sua formação.E o mais interessante é que os conteúdos não ficam delimitados a uma só disciplina e sim, englobam todo um conjunto, levando a interdisciplinaridade. Dessa forma o aluno passa a criar a sua autonomia e reflexão crítica.
Achei que esses dois textos contém informações importantes, levando-nos a refletir sobre a nossa prática de ensino.

Bárbara Sodré disse...

O texto mostra claramente que a interdisciplinaridade é uma ferramenta eficiente para incentivar os alunos durante as aulas. Sozinho, em dupla ou em grupo, o professor não pode se deixar vencer pelas adversidades. Não pode desanimar. A interdisciplinaridade ainda é um grande desafio, e poucas escolas trabalham desta forma. Medo do novo ou medo de errar? Sinceramente não sei. Sei apenas que esta palabvra causa temor em muitos professores (ou é desconhecida por outros tantos). O que é uma pena.
Sabemos que funciona e uma ferramenta que pode facilitar a vida do professor no cotidiano escolar.

Aline de Oliveira Elias disse...

A dificuldade encontrada pela professora de Química Maria Clara Maia Ceolin, que pediu ajuda a vários colegas e só ouviu o não, é o que faz muitos trabalhos maravilhosos interdisciplinares não irem adiante. Os professores dentro da sociedade devem responder aos desafios do mundo, temporizando os espaços geográficos e com isso fazendo história pelas próprias atividades criadoras.
“Em todo homem existe um ímpeto criador. O ímpeto de criar nasce da inconclusão do homem. A educação é mais autentica quanto mais desenvolve este ímpeto ontológico de criar. A educação deve ser desinibidora e não restritiva. È necessário darmos oportunidade para que os educandos sejam eles mesmos. Caso contrario domesticamos, o que significa a negação da educação. Um educador que restringe os educandos a um plano pessoal impede-os de criar. Muitos acham que o aluno deve repetir o que o professor diz na classe. Isto significa tomar o sujeito como instrumento.” ( Paulo Freire)
A dupla de professoras Cleusa Silva Ribeiro e Paula Rodrigues Garcia Ramos nos mostra que tempo é algo que cada um de nos possamos arruma. Elas são exemplos claro de superação, onde não se deixaram desanimar pela falta de tempo e dificuldades encontradas. Em prol de um objetivo em comum as duas lutaram e se empenharam até que o desejo de uma educação inovadora, interdisciplinar se concretizou.
Ao tomar conhecimento do trabalho da professora de Ciências Maria Lúcia Sanches Callegari, do colégio Santa Maria, em São Paulo, fiquei emocionada, pois, com o seu trabalho ela conseguiu unir varias disciplinas e conseguir, o mais importante feito, despertar interesses de outros professores, que apoiaram o projeto. Espero que assim como ela todos nós consigamos trabalhar em conjunto buscando sempre um bem maior, a educação formadora de consciência critica, onde o educando não se limitará em reproduzir o que o professor apresentou não sala de aula, mas em críticar o mesmo.

Anônimo disse...

Compreendo que os colegas do 6° ao 9°ano, considerem que facilita os anos iniciais terem em média um professor(regente mais o prof. de Educação Física). No geral, os professores do 1° ao 5° ano tem os mesmos problemas:
.falta de tempo para planejar;
. excesso de alunos em sala de aula;
. falta de apoio da escola, dos colegas e dos pais que não compreendem o trabalho feito;
. dependendo da idade e da clientela, dificuldades de conseguir um interesse em comum e de manter esse interesse.
Quando escrevo clientela, me refiro as diferenças entre as comunidades.
Atuei em uma certa comunidade da Zona Norte do RJ, onde os meus alunos eram a 3ªgeração nascida naquele local. Montei um trabalho interdisciplinar contrariando a escola e consegui conquistar alguns pais.
Na escola em que trabalho, em uma comunidade jovem, a professora fez um trabalho diferenciado com a turma, e mães vieram reclamar que a professora não queria trabalhar.
Interdisciplinaridade é uma escolha profissional, e como tudo na vida tem suas dificuldades e facilidades, tanto para o prof. como para o aluno.

Sônia Maria disse...

A interdisciplinaridade na sala de aula, vai auxiliar na resolução de problema real de forma integrada, comunga com as outras matérias, dando sentido ao estudo.

Unknown disse...

Esses são exemplos claros de que a interdisciplinaridade é possível e necessária, pois através dela nossas aulas se tornam mais significativas para todos os participantes. Além disso, a interdisciplinaridade tem a tendência a fazer com que o processo de ensino-aprendizagem seja mais prazeroso para todos os envolvidos.

Suzy disse...

Acredito que as auals interdisciplinares tragam maiore resultados e são mais enriquecedoras.

Unknown disse...

O texto é muito bom e de maneira clara esclarece dúvidas sobre multi, inter e transdisciplinaridade.
Concordamos, em reuniões e debates, sobre a importância do trabalho interdisciplinar. Sabemos que o trabalho fragmentado não envolve tanto os alunos como quando relacionamos os conhecimentos de outras disciplinas. Porém, o que encontramos na escola, ainda, são ações isoladas. O que ficou claro para mim é a importância do trabalho coletivo (não que não possa ser feito só com um professor – acredito que ele consegue motivar outros), porém é mais rico quando envolvem mais professores. Ressalto que é fundamental que o professor assuma uma postura de pesquisador, buscando, estudando e que o seu planejamento seja claro e organizado.
Enfim, ficou claro também a presença, a participação do aluno como ser ativo, sendo estimulado a pesquisar, estudar. Ou seja, sua curiosidade é aguçada, na medida em que percebe a natureza e utilidade do que está estudando, aprendendo. Compreende plenamente os conteúdos curriculares.

Unknown disse...

Todo trabalho interdisciplinar depende de tempo e boa vontade também. Não é tão simples quanto parece, mas não é impossível de ser desenvolvido.Acredito na grande contribuição que este trabalho traz para o aluno e para o professor também que tem que pesquisar para dar suporte ao aluno. Tudo que o possibilita buscar e criar por si mesmo, sob orientação, com certeza a aprendizagem é muito maior e mais interessante para ele. Experiência vivida com meus alunos.
No final do trabalho conseguimos que é possível atingir os objetivos propostos de cada disciplina e com êxito.

keith disse...

É bom falar de interdisciplinaridade, o difícil é colocar em prática, e com certeza muito mais fácil desenvolver o tra balho quando o fazemos sozinho. A medida que precisamos trabalhar com o outro, dividir conhecimentos, compartilhar saberes, tudo fica mais difícil.

Fatima disse...

Penso que a interdiciplinaridade é mais fácil nas séries iniciais . Sou professora de ensino fundamental 1 e como sou a única professora da turma acho mais fácil trabalhar a interdiciplinaridade através de projetos. Mas tive uma experiência no ensino fundamental 2 onde fui coordenadora de 5ª a 8ª série, e foi difícil articular os professores, pois a maioria dá sua aula e sai correndo para trabalhar em outras escolas, mas com muita conversa consegui juntar todos num projeto chamado “feira de ciências” onde os alunos deveriam contar a história do bairro e levantar os problemas de saneamento, e de saúde que o bairro enfrenta. Os professores montaram grupos nas suas áreas e ficou mais fácil , dividiram os grupos e assim em cada grupo tinham alunos de 5ª, 6ª, 7ª e 8ª série e o trabalho ficou muito bom, eles levantaram os problemas e a culminância foi uma linda exposição com maquetes e uma ação solidária que atendeu a várias pessoas do bairro com aferição de pressão arterial , pesagem de crianças, etc. Os alunos buscaram apoio em outras entidades e conseguiram fazer um bom trabalho e que no fim conseguimos juntar professores que nem se conheciam e a interação foi a maior interdiciplinaridade que conseguimos.

ROSE disse...

A interdisciplinaridade é muito importante para o processo evolutivo escolar, porém são vários os itens que desmotivam os professores, um deles é a falta de tempo em elaborar atividades que possam envolver outras disciplinas, a falta de pessoas interessadas em executar tais atividades, e assim por diante. Mas penso que é necessário projetos interdisciplinares que envolvam colegas de disciplinas diferentes, pois além do projeto ficar mais rico no que diz respeito ao conhecimento, há também um melhor entrosamento entre os professores, melhorando desta forma o convívio na escola.

Bruuh disse...

Para poder haver essa cumplicidade antes de tudo, tem que haver cumplicidade entre os colegas, parceria. Infelizmente, existem muitos professores que acham que "compraram" seus alunos e não conseguem lidar com esse tipo de atividade.Essa é a base de tudo.
Bruna da Rocha Bruno

Adriana Bernardes disse...

Bom, para mim é ótimo comentar este texto especificamente por trabalhar com esta disciplina no Ensino Médio além da Física há aproximadamente 13 anos, sei bem das dificuldades e da importância em desenvolver trabalhos como o da professora Maria Clara.
Associar a Química à Arte é realmente algo que pode trazer muitos benefícios ao processo de ensino e aprendizagem dos alunos.
Gostaria de chamar atenção ao fato da professora afirmar ter feito tudo sozinha. Também já fiz isto e ainda faço, mas acredito que ganharíamos muito mais se contássemos com a ajuda de outros colegas, sem contar que ganhar o desafio de fazer parcerias na escola é sem dúvida uma grande vitória, difícil de ser ganha!
Apesar da interdisciplinaridade poder ser desenvolvida até por dois ou um professor acredito que quando há trocas com os colegas o aprendizado de ambas as partes e o projeto em si fica muito mais interessante. Um projeto interdisciplinar para mim deve sempre incentivar a troca.

Adriana Bernardes disse...

Achei bem interessante também o trabalho desenvolvido pelas professoras. Um trabalho interdisciplinar que utiliza histórias em quadrinhos como recurso didático.
Chamou-me atenção a colocação feita no texto de que a interdisciplinaridade não é prática na escola por falta de tempo. Bom eu não concordo que falta de tempo seja motivo para não se trabalhar interdisciplinarmente. Talvez uma gestão mais atuante poderia motivar mais este trabalho a ser realizado pelos professores. Mas a questão não é tão simples, a muitos professores falta conhecimento para trabalhar interdisciplinarmente, outros tem medo de inovar e tantos outros acham que não ganham o suficiente para fazer mais do que o básico.
Outro ponto importante a meu ver é o fato do trabalho com histórias em quadrinhos possibilitar aos alunos atividades em grupo e de pesquisa com temas importantes como os que foram escolhidos pelas professoras.
O fato das professoras terem declarado que aprenderam bastante para orientar os alunos adequadamente, sempre acontece durante o desenvolvimento de projetos, já que existe uma troca muito grande entre professores e alunos, sendo que para ambas as partes é bastante enriquecedor.

Adriana Bernardes disse...

Achei fantástico este projeto das professoras paulistas e vários fatores vale a pena destacar:

-Primeiro a contextualização do mesmo, era um momento em que toda população sofria com as conseqüências da problemática energética brasileira e o assunto era extensamente discutido, a construção do aquecedor solar, não só era uma proposta de algo que poderia diminuir o gasto de energia como também era uma boa oportunidade para se aprender conceitos importantes de Física, por exemplo, e também tópicos de outras disciplinas como aliás foi feito.
-Segundo ponto importante é exatamente a questão interdisciplinar, era um projeto que envolvia todas as disciplinas da 5o série onde foi aplicado possibilitando o explorar o assunto por vários ângulos e assim provocando um maior aprofundamento do assunto e mostrando a possibilidade de se trabalhar de forma interdisciplinar que tantos professores ainda hoje temem.
-O terceiro ponto que gostaria de comentar é em relação a questão da avaliação que na minha opinião deve ser reformulada e outros meios devem ser realizados que não a avaliação somativa, a inovação da forma de ensinar do projeto deve realmente ser acompanhada de inovação na forma de avaliar o aluno.

Adriana Bernardes disse...

Gostei muito da oportunidade de comentar os exemplos de projetos interdisciplinares. Os comentários enviei em outro arquivo para o blog.
Mas gostaria de destacar outro ponto que julgo interessante e foi citado logo no início do texto apresentado, que é a formação continuada de professores.
Realmente o trabalho interdisciplinar possibilita ao professor uma atualização contínua de seus conhecimentos e mostra que a capacitação de professores pode ocorrer dentro da escola.
Um bom grupo interessado em desenvolver um bom trabalho numa escola pode trabalhar de maneira que a capacitação ocorra naturalmente, sem agentes externos. Neste caso a coordenação pedagógica desempenha um papel fundamental para que o processo ocorra.
Dentro da minha área (Exatas) ainda temos a questão do pouco apreço que muitos profissionais dão as questões pedagógicas e a Didática. Não estudam, não acreditam e acham que quando chegarem à sala de aula irão tirar de letra, o que é um lego engano.
O ensino na área de Exatas não anda mal das pernas à toa, mas felizmente não é todo mundo que pensa assim, estes projetos mostram isto.
Ainda sobre a questão do preconceito entre as áreas gostaria de fazer um relato.

Há aproximadamente 10 anos terminava a universidade, cursei Física na Universidade Federal de Juiz de Fora e na época já era completamente envolvida com as questões educacionais, incomodava-me muito o péssimo rendimento dos alunos de cursos como: o de Engenharia, Química, Computação e Matemática, que podia ser observado nas listagens de notas dos alunos que cursavam as disciplinas do departamento de Física e também de Matemática.
Colocando minhas inquietações para alguns professores e a importância de desenvolver um trabalho vinculado a faculdade de Educação o que ouvi foi o seguinte: “Mas as doutoras em Educação já estiveram aqui e não conseguiram modificar o problema”. Para falar a verdade ficaria surpresa se conseguissem, a falta de troca e envolvimento de alguns professores prejudicaria muito este trabalho e postura defensiva de alguns professores que detendo uma ciência se julgam os donos da verdade prejudica bastante o ensino no Brasil.

cristiane costa disse...

É muito interessante quando vemos o trabalho interdisciplinar acontecer, quando a escola toda fala a mesma língua. Nem sempre a interdisciplinaridade acontece devido a fatores diversos, como: falta de tempo dos professores, falta de contato entre eles,flta de material. Porém, é necessário envolver a escola em um projeto que realmente aconteça e a interdisciplinaridade é uma "ferramenta" muito forte em todo o processo de ensino-prendizagem.

Unknown disse...

A interdisciplinaridade na perspectiva da Educação Física tem grande eficácia, pois conhecimento não é só aprendido, é porém algo muito maior, ele é sentido, por que a educaçao fisica é ação, e só tem sentido o que é sentido. Acho de muita importancia o trabalho com outras disciplinas, assim podemos utilizar várias formas de aprendizagens.

Unknown disse...
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guimaraescg disse...

A interdisciplinaridade na perspectiva da Educação Física tem grande eficácia, pois conhecimento não é só aprendido, é porém algo muito maior, ele é sentido, por que a educaçao fisica é ação, e só tem sentido o que é sentido. Acho de muita importancia o trabalho com outras disciplinas, assim podemos utilizar várias formas de aprendizagens.

Cristina disse...

Oi Rafa e Paulinha! Que bom vocês terem a mesma opinião! Mas é tão igual que parecem a mesma pessoa!

Unknown disse...
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Rosaria de Fatima disse...
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Rosaria de Fatima disse...
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Rosaria de Fatima disse...

Para muitos educadores trabalhar a interdisciplinaridade dá trabalho. Os professores estão insatisfeitos com seus salários e acabam fazendo de qualquer jeito o seu trabalho na escola, não querendo generalizar, é claro. Colocando a culpa no aluno, fazendo observações como: eles destroem a escola, são desinteressados, arrogantes etc. Mas, será que as aulas são interessantes, será que o professor junto com os alunos propoem atividades novas? E a coordenação será que auxilia os educadores nesta tarefa tão importante na escola? Só digo que, se desejamos alcançar objetivos, devemos ser persistentes, lutar por um ensino melhor, mais igualitário. Dar subsídios para que nossos educandos desenvolvam a criatividade,a sua autonomia, a criticidade, o interesse por querer crescer a cada dia. Lutar sim, por uma sociedade em que ele possa ocupar o seu espaço como cidadão. É nosso dever enquanto professor, educador, mestre, orientador, sair da mesmice do cospe e giz e trabalhar com nossos colegas, chegando sempre a um consenso. Não quero ser útopica, mais sim realista, digo isto porque já presenciei em escolas. Espero de alguma forma ter contribuido com o grupo.